Gota de Leite: em recuperação e sem a quermesse

Entidade tenta equilibrar as contas com economia e doações

Por: Sheila Almeida & Da Redação &  -  21/03/19  -  22:53
  Foto: Alexsander Ferraz/AT

“Precisamos de feijão”. Quem lê o pedido da Gota de Leite pode pensar que a situação financeira da entidade – anunciada há um ano como crítica – está pior. Mas, há alguns meses, as contas têm fechado no azul. Apesar disso, a tradicional quermesse, suspensa em 2018 pela primeira vez em 18 anos por falta de recursos, não volta mais.


O motivo é que a sobra é tão pouca que, se as doações diminuírem, as contas correm o risco de voltar para o negativo. Por isso, a festa junina, que já ocorria com dificuldades, não vai voltar. Em vez disso, o ginásio onde ocorria o evento será alugado para garantir mais uma renda fixa anual. Hoje, a existente é a do convênio da Prefeitura de Santos, mais os aluguéis ao Fundo Social de Solidariedade e à escola municipal da Gota de Leite – totalizando aporte médio de R$ 1,6 milhão anual.


Segundo o diretor patrimonial Marco Antonio Beletti, cerca de R$ 30 mil sobraram como saldo no último mês, após dois anos de cortes. “A Gota virou uma empresa, com 73 funcionários. O trabalho que foi feito aqui para enxergar e tampar os ralos abertos foi muito importante”, contou.


Pequenas medidas


A responsável por isso é a coordenadora administrativa Adriana Tavares Oliveira. Entre os principais exemplos de redução de gastos ela aponta, por exemplo, que copos descartáveis foram banidos.


“Mas, contamos muito com a ajuda da comunidade. Por exemplo: aos pais, explicamos que só na lavanderia investíamos R$ 3 mil ao mês. Se eles nos trouxessem só o lençol de seus filhos limpos, seria de grande ajuda”, afirmou, sobre a medida que deu certo.


Outra ação foi o reforço no pedido de doação de alimentos. Este mês, o pedido é de feijão, mas sempre há troca pelo que é precioso arrecadar. Assim, o investimento com alimentação segue mas, quando é preciso comprar menos, se investe em outra coisa.


“Trocamos o cardápio para escolher frutas da época, por exemplo. Isso mais as doações costumam reduzir a conta em cerca de 30%”, diz Oliveira.


Projetos


Para a coordenadora de captação de recursos e de projetos, Marise Hashimoto, além de promover o desenvolvimento, a entidade que atende cerca de 250 crianças de 1 a 6 anos mostra sua preocupação com a sustentabilidade “ambiental e como futuro”, diz.


Entre os projetos para aumentara rendada entidade, além dos aluguéis, há uma proposta de redução de custos com projetos de captação de água, nova horta hidropônica e colocação de placas de energia solar.


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