Fotos inéditas mostram elevador que despencou e matou quatro em Santos horas após queda

Elevador de serviço do Edifício Tiffany, que abriga militares que atuam na Capitania dos Portos e seus familiares, despencou às 19h30 do dia 30 de dezembro

Por: Cássio Lyra & De A Tribuna On-line &  -  03/01/20  -  09:52
Cabine do elevador que despencou ficou completamente destruída
Cabine do elevador que despencou ficou completamente destruída   Foto: ATribuna.com.br

Fotos exclusivas mostram o estado em que ficou o elevador que despencou do nono andar do Edifício Tiffany, na Vila Belmiro, em Santos, e resultou na morte de quatro pessoas da mesma família, poucas horas depois da queda.


A Tribuna On-line teve acesso, nesta sexta-feira (3), às imagens feitas logo após o trabalho de perícia da Polícia Científica, durante a madrugada de 31 de dezembro. Entre as imagens impressionantes, está a cabine do elevador onde estavam as vítimas, que ficou destruída com o impacto.


O elevador de serviço do Edifício Tiffany, prédio que abriga militares que atuam na Capitania dos Portos do Estado de São Paulo (CPSP) e seus familiares, despencou às 19h30 do dia 30 de dezembro. O equipamento estava subindo ao nono andar, quando apresentou problemas, caiu até o sétimo andar após o sistema de segurança ser acionado e, posteriormente, desabou até o poço do elevador.


Pelas imagens, é possível ver que o impacto da queda foi tão forte que a mola pesada de segurança, usada para absorver o impacto dos elevadores, que costuma ficar a aproximadamente 1,5m de distância do último nível do elevador, destruiu o piso da cabine, que é feito de ferro, enquanto as vítimas estavam dentro do equipamento.


Dentro da cabine, é possível ver uma série de pertences das vítimas fatais
Dentro da cabine, é possível ver uma série de pertences das vítimas fatais   Foto: A Tribuna On-Line

Nas duas imagens feitas de dentro da cabine, é possível ver alguns pertences das vítimas, como sacolas, chinelos, peças de roupa e até um boné.


Moradores do Edifício Tiffany afirmaram ter ouvido dois estrondos. A suspeita inicial era de que os dois elevadores do prédio, o de serviço e o social, teriam despencado. No entanto, somente o de serviço caiu. O primeiro estrondo se refere à queda do nono para o sétimo andar e, posteriormente, a queda até o solo.


Após o trabalho de perícia no local, os corpos foram retirados de dentro da cabine do elevador diretamente para um carro funerário que se deslocou à Rua Guararapes. Pelas imagens, é possível ver manchas de sangue em um dos andares do edifício, assim com no subsolo, estacionamento do prédio.


Foto feita no estacionamento do prédio, após a retirada dos corpos de dentro da cabine do elevador
Foto feita no estacionamento do prédio, após a retirada dos corpos de dentro da cabine do elevador   Foto: A Tribuna On-Line

Os dois elevadores do prédio ficaram sem funcionar por cerca de 11 meses desde o dia da tragédia
Os dois elevadores do prédio ficaram sem funcionar por cerca de 11 meses desde o dia da tragédia   Foto: ATribuna.com.br

Vítimas


As quatro pessoas que morreram na queda do elevador são da mesma família e foram identificadas no dia 31 de dezembro.


Jucelina Santos, de 47 anos, era esposa de um militar que trabalha no Porto de Santos. As outras vítimas são a irmã dela, Lucineide de Souza Goes, de 43 anos, o cunhado Edilson Donizete, de 45, e o sobrinho, filho do casal, Eric Miguel, de 19, que era jogador de futebol profissional.


Jucelina foi sepultada em Guarujá, enquanto seus familiares foram enterrados em um cemitério na cidade de Santo André, no ABC Paulista.


Segundo informações da Marinha do Brasil, Lucineide, Edilson e Eric Miguel estavam em Santos para aproveitar a temporada de fim de ano na cidade.


As quatro vítimas: Jucelina Santos, Lucineide de Souza Goes, Edilson Donizete e Eric Miguel
As quatro vítimas: Jucelina Santos, Lucineide de Souza Goes, Edilson Donizete e Eric Miguel   Foto: Arquivo pessoal

Investigações


A empresa Elevadores Villarta, responsável pela manutenção dos equipamentos do Edifício Tiffany, foi intimada pela Prefeitura de Santos a providenciar o laudo técnico de segurança do elevador. Um laudo sobre o outro elevador também deverá ser entregue.


Na madrugada seguinte ao acidente, um representante da Marinha do Brasil afirmou que os elevadores, social e de serviço, estavam com a manutenção em dia, e que as causas do acidente serão identificadas após serviços da perícia da Polícia Científica.


"A Polícia Civil abriu um inquérito policial da ocorrência. Somente a perícia vai dizer as causas efetivas da queda do elevador. A manutenção estava em dia, com uma empresa contratada para realizar o serviço. A última visita da empresa aconteceu no dia 23 de dezembro", comentou o vice-almirante Sérgio Fernando de Amaral Chaves Júnior.


Prédio


O Edifício Tiffany foi erguido em 1998 e feito para abrigar militares que atuam na Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP). Ao todo, são 54 apartamentos distribuídos em nove andares, com dois elevadores em funcionamento, um social e outro de serviço. Moradores do prédio afirmaram, em entrevista para A Tribuna, que o equipamento estava apresentando falhas antes da tragédia.


Área em que ocorreu a queda permaneceu isolado por dias para trabalho da perícia
Área em que ocorreu a queda permaneceu isolado por dias para trabalho da perícia   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

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