Família Levy, sinônimo de café em Santos há 125 anos

A jornada na Cidade teve início em 1894

Por: Da Redação  -  19/01/20  -  14:40
Luiz e Júnior trabalham para manter legado da família Levy no setor cafeeiro
Luiz e Júnior trabalham para manter legado da família Levy no setor cafeeiro   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

A vida dos trabalhadores da fazenda de caféIbicaba, na atual Cordeirópolis, no Interior do Estado, era difícil. Primeiro, aos negros escravizados, que tinham de dar conta da expansão do plantio. Depois, os imigrantes europeus assalariados também sofreram. Só que as más condições fizeram os colonos se revoltarem. Em 1890, a fazenda acabou leiloada. Teve como compradores Simão e José Levy, filhos de Jacob Levy – imigrante alemão que chegara ao Brasil com a família em 1857, para trabalhar naIbicaba.


Produzindo café em grande quantidade, deslocaram-se a Santos, principal porto exportador de café no mundo. Em 1894, criaram a Levy Comissária de Café, que deu origem ao ramo santista da família. E agora, após 125 anos sempre no setor cafeeiro, tem à frente Luiz Alberto Azevedo Levy, de 70 anos, que, com os filhos Luiz Junior e Beatriz, comanda a Dínamo Armazéns Gerais.


Aliás, era da empresa o último armazém de café dos mais de 30 que havia na Cidade: ficava no Macuco e fechou no ano passado, pois os pontos de armazenagem de mercadorias hoje estão mais próximos das áreas produtoras. José Roberto, outro filho de Luiz, também é do ramo, como sócio de uma indústria de cápsulas de café em Mairiporã (SP), aKasulo.


Luiz e Junior receberam ATribunanoescritório da Dínamo, no Centro de Santos, para lembrar a saga da família e sua relação com a Cidade. O café, na verdade, significa tanto a origem dos Levy no Brasil quanto a atividade na qual a família continua a se destacar, plantando mudas e exportando sacas. A empresa de 1894 tornou-se a Sociedade Anônima Levy em 1918, que progrediu e deu origem à Companhia Aliança de Armazéns Gerais em 1923.


O crescente faturamento nessas iniciativas fez os Levy ingressarem na construção civil, com a Companhia Aliança Imobiliária, em 1944.FlamínioLevy, que exerceu cargos como a Presidência do Santos Futebol Clube, a Provedoria da Santa Casa e a Presidência da Associação Comercial de Santos (veja ao lado). Hoje, denomina uma rua noSaboó.


O CAFÉ PERMANECE


De todos os empreendimentos, permanecem a Dínamo, fundada entre 1986 e 1987 em Santos e com sede em Machado, no Sul de Minas Gerais; um polo de cafés especiais em Franca (SP); aTólimanTransportadora, de 2011; e o T-Café, às margens da Via Anchieta, para despachos de exportação.


Os armazéns estão, hoje, muito mais próximos (do local) da produção cafeeira do que do Porto de Santos, porém mais de 80% da safra de café é escoada pelo Porto”, explica Luiz Junior. Segundo ele, a Dínamo responde por 10% a 12% de tudo o que sai por Santos, o equivalente a 240 mil toneladas.


A Dínamo foi uma iniciativa de Luiz Alberto Levy, que começou no ramo aos 14 anos, na Aliança de Armazéns, e pouco depois foi à Companhia Central de Armazéns Gerais, onde chegou a diretor comercial,


Por questões ligadas à sucessão familiar na Central, deixou a empresa e criou sua própria central de armazéns – dínamo, no sentido figurado, significa aquilo que proporciona avanço.


Hoje, quase tudo o que as empresas dos Levy movimentam é café. A matriz, em Machado, tem uma fazenda com 1,1 milhão de pés, que produzem 12 mil sacas por ano, e um estoque de 1 milhão de sacas. A empresa fomenta estrutura para exportação e atende também outros armazéns.


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