Ex-governador Geraldo Alckmin pede cautela para encerrar quarentena no estado

Núcleo Jovem da Associação Comercial de Santos conversou com ele em live transmitida pelo Instagram; foram abordados os efeitos da pandemia na saúde e na economia

Por: Nathália de Alcantara  -  01/05/20  -  10:26
Polícia Federal ouve Geraldo Alckmin em São Paulo
Polícia Federal ouve Geraldo Alckmin em São Paulo   Foto: Irandy Ribas

O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin pediu cautela para encerrar a quarentena determinada por causa da pandemia de coronavírus. “Estamos lidando com vidas e precisamos fazer isso com segurança. Governar é escolher. O dinheiro nunca vai dar para tudo, então, é preciso fazer escolhas”.


O pedido foi feito durante live transmitida nesta quinta-feira (30) à noite pelo Instagram do Núcleo Jovem da Associação Comercial de Santos (ACS Jovem), quando foram abordados os efeitos da pandemia na saúde e na economia.


Alckmin defendeu que questões econômicas e de saúde não são antagônicas e que, além disso, existe sinergia entre elas. Para ele, enquanto não resolvermos a saúde, não dá para resolver a economia.


“Elas [economia e saúde] devem caminhar juntas. Há uma unanimidade no mundo científico sobre ficar em casa. Sabíamos que o vírus gosta de tempo frio e seco, mas a Amazônia é quente e úmida e está com grande incidência de Covid-19. Estamos aprendendo os melhores protocolos, e é melhor ser mais cauteloso neste momento”.


Para o ex-governador, que também é médico, o isolamento social foi a decisão correta, pois evitou o contato de pessoa para pessoa e fez com que a infestação acontecesse mais devagar, achatando a curva e evitando uma explosão de casos.


“Se todos forem infestados ao mesmo tempo, podemos não atender todos que necessitem de um hospital. Serão 40% assintomáticos, 40% com sintomas de uma gripe e 20% que podem ter problemas até pulmonares e precisarão de respirador”.


Gargalos


Para Alckmin, temos hoje dois gargalos. O primeiro é que deveriam ser feitos mais testes, para se ter uma ideia melhor da quantidade de pessoas que já teve contato com a doença. O segundo é correr atrás de respiradores, para que seja possível atender à demanda quando o pico de casos chegar.


“Se analisarmos os números, morrem mais pobres. É na periferia que os casos aumentarão. A desigualdade é importante de ser colocada para discussão. Os mais afetados sempre serão os menos favorecidos”, explicou o ex-governador.


Por outro lado, ele assinou embaixo da decisão do Governo Federal de oferecer um auxílio a quem realmente precisa, e por três meses.


“Devemos acompanhar a evolução da situação e, se for necessário, prorrogar isso. Claro que queremos uma recuperação em ‘V’, com o país já crescendo aceleradamente no próximo ano e trazendo empregos e geração de renda para as famílias”.


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