Estado pretende alavancar petróleo e gás na Baixada Santista

Secretário estadual diz que questões ambientais não vão atrapalhar desenvolvimento

Por: Lucas Krempel & Da Redação &  -  15/09/19  -  16:13
Marcos Penido, secretário estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente
Marcos Penido, secretário estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente   Foto: Irandy Ribas/ AT

Se depender das questões ambientais, o setor de petróleo e gás poderá, enfim, se desenvolver na Baixada Santista, nos próximos anos. A garantia é do secretário estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos Penido, que visitou A Tribuna, no último sábado (14), para falar sobre os projetos da pasta.


“O brasileiro tem o hábito de deixar tudo para a última hora. Ele faz o projeto, deixa tudo pronto na questão de estrutura, custos, envolvimento, payback e entra com o pedido de licença ambiental no fim. Essa discussão precisa ser feita no início. Estamos fazendo isso agora com as petroleiras, que serão os grandes players nos próximos leilões do pré-sal. Sentamos para conversar antes do projeto ser desenvolvido”.


De acordo com Penido, o Governo do Estado tem ajudado na hora de apresentar áreas que podem receber investimentos para bases de apoio às atividades offshore.


“Não adianta a empresa querer investir em áreas proibidas. É aquela história, a siderúrgica não vai montar uma fábrica na restinga ou mexer na Mata Atlântica. Então, apresentamos várias áreas e mostramos como podemos cooperar para o desenvolvimento do setor. Existe um preconceito por parte dos empresários de falar que não dá para fazer nada na região, mas isso não é verdade. Estamos mostrando que é possível investir ”.


Para o secretário, a tendência é que o setor de petróleo e gás fique aquecido na região até 2023. O fator determinante é a participação de outros players nos próximos leilões do pré-sal.


“Com a abertura do mercado, a Petrobras não terá mais uma participação tão grande nos blocos do pré-sal. Desta forma, grandes petrolíferas investirão. Não faz sentido concentrar tudo no Rio de Janeiro, mesmo com a estrutura pronta”.


A instalação de uma base de apoio na região é fundamental para a geração de empregos mais técnicos. Atualmente, o mercado de trabalho está mais concentrado em vagas de escritório.


CTBS


Se a expectativa por investimentos em bases de apoio às atividades offshore é alta, quando o assunto é o Centro Tecnológico da Baixada Santista (CTBS), o secretário demonstra ainda mais otimismo. Segundo o responsável pela pasta de Meio Ambiente, o centro de pesquisas está avançado. 


“O projeto está bem adiantado. Existe um entendimento de todas as partes envolvidas. Se compararmos com a situação anterior para hoje, as conversas evoluíram. Os antagonismos foram tirados, as arestas aparadas. Queria dizer vamos começar a obra, mas primeiro temos que ter o prédio e depois o equipamento”, comenta.


O CTBS será construído ao lado do prédio da Fundação Parque Tecnológico de Santos, que está com obras avançadas em uma área livre do antigo Colégio Santista, na Vila Nova.


Sinergia entre pastas


Penido revela que a questão ambiental ficou mais forte com a junção das pastas. “Recursos hídricos, saneamento, energia e meio ambiente em uma só é muito legal porque tem toda uma sinergia. Você trabalha com meio ambiente, saneamento e energia com foco. Os projetos nascem com todos os entraves já sendo verificados desde o início”, argumenta o secretário.


Logo A Tribuna
Newsletter