Espera para podar árvore está menor em Santos

Município baixou tempo de oito meses para menos de seis; veja serviço

Por: Matheus Müller & Da Redação &  -  11/10/19  -  12:29
Um em cada três pedidos à Ouvidoria neste ano está pendente
Um em cada três pedidos à Ouvidoria neste ano está pendente   Foto: Silvio Luiz/AT

A poda de árvores continua como solicitação campeã na Ouvidoria de Santos, com 2.297 pedidos só neste ano. Segundo a Prefeitura, o atendimento aos munícipes tem sido mais rápido: o tempo médio de espera passou de 241 dias, em setembro de 2018, para os atuais 169. Ainda estão nessa lista 611 pedidos de remoção e 244 de poda de raízes.


Há um ano, a Administração anunciou medidas para agilizar o serviço, como a criação de uma plataforma com os mapas de poda e o aumento do número de funcionários. 


Na ocasião, o Município disse que contaria com 20 profissionais, entre podadores, ajudantes, trituradores e motoristas dos caminhões cesto, supervisionados pela Coordenadoria de Paisagismo (Copaisa). A Tribuna questionou quantos são os funcionários empenhados no serviço, mas não obteve resposta.


Licitação


A Secretaria de Serviços Públicos (Seserp) afirma manter uma equipe na poda diária de árvores, mas está com licitação aberta para contratar uma empresa que faça o serviço.


A Prefeitura pretende que a vencedora comece a atuar neste ano. “(A contratada) agregará cinco equipes aos profissionais da Seserp. A expectativa é que, depois de assumir, a nova empresa zere a demanda reprimida”, diz em nota. 


Balanço


Conforme o mapa no portal da Prefeitura, dos 2.297 pedidos de poda, atenderam-se 1.505 (65,5%), e 792 (34,5%) estão pendentes. 


“Antes de executar qualquer serviço de remoção, engenheiros agrônomos da Prefeitura fazem a avaliação do vegetal e atestam a necessidade, ou não, da remoção. Vale ressaltar que, em muitos casos, o profissional atesta poda de copa e raízes como suficientes, quando o vegetal é avaliado como saudável”, destaca a Administração, em nota. 


Plantio 


O Município ressalta que o plantio de árvores deve respeitar regras. Entre os critérios para definir espécies, estão a largura da calçada e interferências como tubos, marquises, garagens e fios.


A Secretaria de Meio Ambiente (Semam) diz que, para manter o plantio de forma regular, fiscaliza a prática e promove educação ambiental.


A Semam também ressalta iniciativas como o projeto Cuidadores de Árvores, que já tem 50 cadastrados atuando como multiplicadores, e ações como palestras em clubes, escolas, associações e sindicatos.


No caso do plantio voluntário, o munícipe recebe a orientação da Prefeitura e providencia a aquisição da muda adequada ao local, que só deve ser plantada após autorização. 


Para solicitar que se plante uma árvore, o munícipe deve entrar em contato com a Copaisa pelo telefone 3209-8410 ou pelo 0800-112-056, da Ouvidoria. O plantio só pode ser realizado sob supervisão e após avaliação do local e do tipo de vegetal, feitas por um engenheiro-agrônomo.


Raio matou duas palmeiras, diz paisagista


Palmeiras-imperiais estão no canteiro central da Avenida Ana Costa (Foto: Sílvio Luiz/AT)


Na Avenida Ana Costa, próximo à Francisco Glicério, duas palmeiras-imperiais plantadas no canteiro central destoam das demais. Segundo o paisagista Oswaldo Casasco, as árvores foram atingidas por raios e estão mortas. Sobram apenas os troncos, com um pouco de verde no fuste (topo) deles.


“Não posso garantir há quanto tempo estão mortas, mas demora um pouco para perder as folhas do fuste”, afirma.
Casasco explica que o fato de as palmeiras serem altas, com folhas em direção ao céu, úmidas e com seiva, faz delas um para-raios.


De acordo com o paisagista, a Prefeitura deveria substituir as duas palmeiras por árvores dos mesmos gênero e espécie botânica. 


“Não vingam mais (essas palmeiras). Quando você corta as palmeiras para obter o palmito, só dois gêneros rebrotam da base, e a imperial, por exemplo, não tem essa condição”, compara Casasco. 


O paisagista apela, ainda, à história da espécie para defender o replantio. Ele lembra que, em janeiro de 1973, a palmeira-imperial (chamada também de palmeira real) plantada pelo rei português dom João VI, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, em 1809, morreu e precisou ser cortada. 


Ela era uma das mais antigas da espécie, se não a mais velha do mundo. As sementes dessa árvore, diz, foram entregues a João VI por um cubano, pois não existiam no Brasil.


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