As escolas de música precisaram de grandes adaptações para manter o fluxo de alunos durante a pandemia de coronavírus. Além da adaptação por parte dos estudantes, foi necessária a capacitação para os profissionais enquanto todos estavam em casa. Atualmente, uma maneira “híbrida” de ensino é colocada em prática. A equipe de A Tribuna foi até a “Blackbird”, escola de arte e música localizada no bairro do Boqueirão, em Santos, e conversou com o proprietário e dois alunos, um que segue no ‘ensino à distância’ e outro que já está readaptado ao ensino presencial. Confira a videorreportagem acima.
Em entrevista com o proprietário e professor da escola de música, Anderson Yezeguielrian Botega, foi detalhada a transição do ensino presencial para o ‘EaD’ no começo da pandemia. “Quando tivemos que fechar as portas [por conta dos riscos de contágio no início do período], precisamos fazer a escolha de migrar os alunos para a prestação de serviço online. Nossas aulas se tornaram todas virtuais e foi isso que conseguiu manter e salvar a escola”, diz. “Somos muito gratos por termos essa tecnologia hoje em dia”.
De acordo com Botega, a metodologia de ensino foi ainda ‘facilitada’ pelo avanço da telecomunicação. “Com a tecnologia, a qualidade dos vídeos e dos áudios estão muito melhores. Você consegue ouvir bem, orientar o aluno e ver o posicionamento [das mãos no instrumento]”, explica.
Com o pensamento no futuro, Botega acredita que o ‘ensino à distância’ continuará dentro do cotidiano mesmo após a pandemia. “A tendência é que fique para sempre. Temos uns 20% da escola que ainda estão ‘online’ e, enquanto quiserem, poderão ficar. Vai ficar para sempre”, relata. “Eu já tive experiência com a aula virtual, pois alguns alunos se mudaram para outros países e quiseram continuar, mas tivemos que migrar todos, então foi uma adaptação bem complexa, mas que deu certo e nos salvou”.
E os alunos estão felizes com o resultado. A reportagem conversou com a estudante Giullia Sales de Araújo, de 16 anos, que é do time de Anderson e segue estudando pelo ‘ensino à distância’. Ela se mostrou feliz com o resultado. “A adaptação foi difícil porque eu senti falta do contato com o professor, mas, com o tempo, deu certo. Até tive mais tempo para treinar. O professor me ajudou muito, gravava vídeos para facilitar [o aprendizado]”, explica. “Agora, está normal, me adaptei e evoluí bastante”.
Por outro lado, outro jovem estudante de música preferiu retornar ao ensino presencial (com todas as medidas de proteção). O pequeno Murilo Medeiros, de apenas oito anos, faz aula de guitarra, bateria e até canto na “Blackbird”. “Foi muito bom [o ensino à distância], e agora que voltei à escola, estou aprendendo coisas novas e me acostumando novamente”, finaliza.