Entidades entrarão com processo contra desembargador que humilhou GCM em Santos

Segundo presidentes das instituições, a ideia é impedir que situações como essa voltem a acontecer

Por: Nathália de Alcantara  -  20/07/20  -  11:25
Siqueira tem um longo histórico de processos de procedimentos disciplinares no TJ-SP
Siqueira tem um longo histórico de processos de procedimentos disciplinares no TJ-SP   Foto: Reprodução

A Associação dos Guardas Civis Municipais da Baixada Santista e o Sindicato dos Servidores Municipais de Santos entrarão com um processo contra o desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo Eduardo Almeida Prado Rocha de Siqueira, que humilhou um Guarda Civil Municipal (GCM) neste sábado (18), após ser multado por não utilizar máscara enquanto caminhava na praia de Santos. Um vídeo com a ação foi gravado e viralizou nas redes sociais.


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Segundo o presidente da Associação dos Guardas Civis Municipais da Baixada Santista, Rodrigo Coutinho, é lamentável que situações como essa ainda aconteçam.


“É muito mais triste por envolver um desembargador, que tem conhecimento da lei e da importância do uso da máscara. Todas as medidas judiciais serão tomadas e acompanharemos de perto o processo disciplinar aberto pela Justiça para apurar o caso”.


O presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Santos, Flávio Saraiva, está em contato com outros guardas municipais para localizar Hilário e conversar com ele. 


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“O sindicato quer entrar com um processo contra o desembargador. A prefeitura também precisa fazer algo. O Del Bel (secretário municipal de Segurança) deve acionar a procuradoria do município, porque senão fica claro que se concorda com a ideia de que a lei é só para pobre. Senão, vira uma terra sem lei”.


Para ele, a postura do desembargador revela exatamente que ainda  há quem pense que as regras valem só para alguns.


“Lamentavelmente, temos muita gente com essa mentalidade. Se nada for feito, outros vão se sentir no mesmo direito de fazer esse tipo de desfeita. Esse homem cometeu um desacato ao servidor público em serviço e precisa responder por isso. Ele deveria ser o primeiro a dar o exemplo, pois vivemos uma situação muito grave, de pandemia”, defende Flávio.


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