Entenda como funcionam os testes para detectar o coronavírus

Dr. Carlos Eduardo, do laboratório Cellula Mater, explica como é realizada a identificação da doença

Por: Marcela Ferreira  -  27/03/20  -  20:32
Atualizado em 27/03/20 - 20:53
Dr. Carlos Eduardo, do laboratório Cellula Mater, explica como é realizada identificação
Dr. Carlos Eduardo, do laboratório Cellula Mater, explica como é realizada identificação   Foto: Divulgação

Confirmar a infecção pelo coronavírus, ou Covid-19, tem sido uma tarefa cada vez mais difícil para laboratórios do Brasil, que precisam arcar com o baixo estoque de testes rápidos, fornecidos pelo Governo. Em Santos, há 12 casos confirmados de pacientes infectados pelo vírus - até a tarde desta sexta-feira (27) -, sendo que parte deles precisou recorrer a laboratórios particulares.


A busca por resultados de exames mais rápidos tem gerado grande demanda, e esses laboratórios aguardam mais insumos para atendê-la. O Dr. Carlos Eduardo Pires de Campos, biomédico e diretor do Laboratório Cellula Mater, explica que há dificuldades a serem enfrentadas neste momento.


“Estamos tendo uma grande dificuldade para comprar os insumos. O método de exames utilizado para detecção do coronavírus é enviado para um laboratório de apoio pela técnica específica e, por conta do número de exames, está levando quase sete dias para o resultado ficar pronto”, conta o especialista.


Ele ainda relata que, apesar de ter recebido testes rápidos - feitos com amostras de sangue, ao invés da coleta de secreções -, o primeiro lote já terminou. “Estamos para receber mais mil testes até 15 de abril. Para esse tipo de teste, o resultado é liberado no mesmo dia, facilitando no processo de isolamento”, revela.


Testes


O Dr. Carlos Eduardo explica que há sintomas que podem ser confundidos com os de outras doenças, e cabe ao laboratório identificar as possibilidades. “A Covid-19 ainda é muito nova, portanto, existe um conjunto de sintomas que realmente se confunde. Perda do olfato e perda do paladar estão sendo muito comentados”, comenta.


No caso de outros vírus, como da H1N1, dengue e chikungunya, a detecção é feita da mesma forma que para o coronavírus, buscando o DNA do vírus em secreções do paciente, no caso dos exames chamados PCR - esta modalidade apresenta o resultado depois de sete dias. A grande diferença entre os exames para coronavírus e para outras infecções é que cada exame é responsável pela detecção de anticorpos específicos.


Já os testes rápidos, feitos com amostras de sangue, são capazes de verificar se o paciente está com o vírus ou se teve contato com o vírus, e o resultado sai no mesmo dia.


Contraprova


Muitos pacientes com coronavírus precisaram de contraprova para reforçar o diagnóstico da doença. Este exame, realizado pelo Instituto Adolfo Lutz, é obrigatório. Para o Dr. Carlos Eduardo, a demanda aumentará, o que pode gerar problemas. “Chegará o momento em que o estado, infelizmente, não conseguirá suprir a demanda”.


Ele ainda recomenda: “Na dúvida, isolar sempre e só procurar ajuda médica se apresentar dificuldade na respiração. O isolamento social e as informações fornecidas pela imprensa são armas prioritárias e essenciais nessa batalha”.


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