Na última semana, em entrevista coletiva, foi anunciada uma parceria entre o Instituto Butantan e a Prefeitura de Santos, para o tratamento de pacientes com Covid, por meio de plasma sanguíneo. A decisão busca frear o agravamento de casos da doença e, consequentemente, diminuir a quantidade de leitos de UTI ocupados na cidade.
A equipe de A Tribuna entrevistou o presidente da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) também ligado ao Instituto Butantan, o médico Danti Langhi. Ele explicou como funciona essa técnica médica. Confira na videorreportagem acima.
A transfusão de sangue é um tratamento antigo, criado antes da vacina para combater os efeitos de vírus. No passado, já foi usada em pacientes como ebola e gripe espanhola, e agora apresenta eficácia em pessoas contaminadas pela Covid.
De acordo com Langhi, uma pessoa que já se curou de da doença tem anticorpos, que são responsáveis pela defesa e sistema imune do organismo, os quais podem ser doados para pessoas que ainda não criaram nenhuma resistência contra o vírus, por meio do plasma sanguíneo, e, portanto ajudar na evolução de casos.
Contudo, apesar do tratamento ser eficaz, nem sempre ele é completamente garantido, depende do quadro de cada paciente. “Esse é mais um tratamento que não é absoluto. Ele apresenta benefícios para esses pacientes, mas isso não quer dizer que esses pacientes não possam evoluir para uma doença grave, mas no estudo que analisou isso, o grupo de pacientes que utilizou o plasma teve poucos indivíduos com evolução para a forma grave da doença”, explicou o médico.
Nesse sentido, a parceria entre o Instituto Butantan e a Prefeitura de Santos visa diminuir a lotação dos leitos de UTI. Contudo, apenas pessoas com 72h de sintomas podem receber o tratamento e, inicialmente, os grupos prioritários são idosos e pessoas com comorbidades.
Em coletiva de imprensa, o prefeito de Santos, Rogério Santos, mostrou preocupação com a quantidade de internações de pessoas com covid, na cidade. "Para nós, é extremamente importante esta parceria porque passamos, em poucos dias, de 44% de índice de ocupação de leitos de UTI para 95% de ocupação desses leitos. Nossa média diária de ocupação de UTI era de 12 pessoas, e agora, passou para 31 pacientes".
Para a doação de plasma, homens são mais indicados neste caso, pois mulheres liberam anticorpos durante a gestação que podem causar reação grave em quem recebe o sangue. Além disso, deve entre 16 e 69 anos, pesar no mínimo 50 quilos e boa saúde física.