Em tempos de Quaresma, começa maratona de compras de pescados e frutos do mar

Com o início da Quaresma, período que antecede a Páscoa, cresce a procura por pescados e frutos do mar. Na compra, tão fundamentais quanto buscar preços mais acessíveis são os cuidados que se devem ter na escolha dos produtos.

Além das normas de higiene que os pontos de venda e os funcionários que manipulam os alimentos têm de seguir, a médica-veterinária Luciane Valente Damini, chefe de Atividades Técnicas da Vigilância Sanitária de Santos, dá dicas para a compra dos pescados. 

“O peixe deve ter musculatura rígida. Quando você tocar, a marca do dedo não pode ficar no corpo dele. As guelras têm que ser róseas brilhantes. Os olhos, brilhantes, pois quanto mais opacos, mais tempo o peixe está exposto à refrigeração. As escamas devem estar bem aderidas e com odor típico, nada muito forte”.

Quando os produtos não estiverem em balcões refrigerados, devem ser acondicionados em isopor com bastante gelo, e os filés expostos precisam ser protegidos com filme plástico.

A preferência por frutos do mar também merece atenção. “O camarão geralmente é cinza, transparente. Quando começa a ficar opaco, está armazenado em uma temperatura acima do que deveria estar, vai ficando laranja, branco. Lulas e polvos também têm que ser mais cinza”.
 
Quem gosta de ostras e mariscos deve optar por produtos embalados e com rótulo com o carimbo de inspeção do Ministério da Agricultura. “Se eles forem colhidos em lugar não apropriado, podem carregar impurezas e micro-organismos que podem prejudicar a saúde”, aponta.

Mais vendas

Para quem trabalha no Mercado de Peixes da Ponta da Praia, em Santos, o movimento na Quaresma já foi melhor. As vendas aumentam mesmo durante a Semana Santa.

“O pessoal também está procurando uma vida mais saudável e a venda do pescado está crescendo”, diz Alex de Andrade Vieira, de 35 anos, do Box do Santista. No Barriguda Pescados, o vendedor Marcelo Cândido da Silva, de 47 anos, prevê melhora, “até por causa da carne, que está cara”.

Preços

Basta passar pelas bancas do Mercado de Peixes para constatar a variedade de produtos e de preços, que cabem em todos os bolsos. Da sardinha, a R$ 10 o quilo, ao salmão, a R$ 48, são muitas opções.

“O pessoal procura muito filé sem espinhos, pela praticidade”, diz Alex Vieira, que deu exemplos de pescada-branca a R$ 32 o quilo. Esse peixe, inteiro, sai a R$ 12 o quilo, e a tainha, de R$ 18 a R$ 22. 

Marcelo da Silva recomendou a pescada-amarela, “mais em conta e saborosa”, a R$ 16 o quilo, inteira. Ou o quilo de perna-de-moça, a R$ 12, ou corvina, a R$ 15. 

Júlio César de Oliveira, de 61 anos, diz que muita gente antecipa as compras da Semana Santa, adquirindo os produtos 15 ou 20 dias antes da Páscoa.

A tilápia, a R$ 14 o quilo, ou o cação em postas, a R$ 18, têm boa saída. “O pessoal usa muito o cação para fazer moqueca. É tradição”.