Em compasso de espera, Cadeia Velha enfrenta mais um impasse
Além da sede da Agem, o nível térreo do espaço também é usado para as oficinas do Projeto Guri
A possibilidade da Cadeia Velha de Santos voltar a ser um espaço voltado exclusivamente para atividades culturais tramita pelo Governo do Estado, ainda sem prazo para conclusão. A Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa de São Paulo já solicitou a cessão do imóvel, que hoje é ocupado, em parte pela Agência Metropolitana da Baixada Santista (Agem), ligada à Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR).
“Isso está avançando. Estamos discutindo aqui internamente. Já encaminhamos a cessão. A ideia é que a gente integre um dos nossos programas neste imóvel, como uma Fábrica de Cultura. O primeiro passo a gente já deu”, garante o secretário da Cultura, Sérgio Sá Leitão.
Por nota, a SDR afirma que “uma possível transferência de administração do imóvel deve ser formalizada ao Conselho do Patrimônio da Secretaria de Governo, o que não ocorreu”.
Impasse Local
Enquanto o Governo do Estado não define a destinação do imóvel que fica na Praça dos Andradas, alguns impasses com a classe artística acabam acontecendo. Na última segunda-feira (16), membros do Conselho Municipal de Cultura de Santos (Concult) foram impedidos de usar as dependências da Cadeia Velha para realizar a reunião ordinária mensal do órgão consultivo.
“Desde maio, já estávamos com agenda para reuniões na Cadeia Velha até o final do ano, com horário programado entre 18h30 e 22 horas. Podíamos realizar o evento em qualquer outro local, mas a nossa intenção era fortalecer o uso cultural do espaço”, afirma o presidente do Concult, Júnior Brassalotti.
Ele afirma que foi comunicado, por e-mail, na sexta-feira, pela Agem de que não poderia utilizar o espaço. “Fizemos o convite para que eles participassem da nossa reunião, que é aberta ao público, e deliberamos então, fazer a reunião simbolicamente na praça”, conta.
Enquanto a situação do espaço da Cadeia Velha não se resolve, o Concult deve fazer reuniões itinerantes em outros espaços da Cidade. A do próximo mês está sendo programada para ocorrer na Câmara Municipal.
A Agem justifica que a medida foi tomada por não ter condições de receber reuniões fora do horário comercial devido à falta de funcionários na unidade.
A SDR afirma que no dia da reunião, o acesso ao local foi forçado e que está apurando o episódio e diz que “a Agem mantém suas portas abertas aos movimentos culturais. No entanto, as normas da agência devem ser acatadas para que o ambiente seja utilizado harmoniosamente”.
