Economia santista pode levar dois anos para se recuperar após pandemia

Estimativa é do presidente do Santos Convention & Visitors Bureau, Leandro Carvalho, que disse que o prejuízo no setor de hotelaria, turismo e eventos supera os R$ 40 milhões

Por: Régis Querino  -  21/04/20  -  16:26
Santos registrou novos casos confirmados de coronavírus nesta terça-feira
Santos registrou novos casos confirmados de coronavírus nesta terça-feira   Foto: Carlos Nogueira/AT

Com previsão de queda de 35% no faturamento deste ano em relação a 2019, mais de R$ 40 milhões de prejuízo e um índice de demissões entre 25% e 30% dos funcionários com registro CLT no setor de hotelaria, eventos e agentes de turismo, Santos precisará de pelo menos dois anos para superar a crise desencadeada pelo novo coronavírus. E para dar a volta por cima, será preciso se reinventar. 


O cenário foi descrito nesta segunda-feira (20) por Leonardo Carvalho, presidente do Santos Convention & Visitors Bureau. E o panorama, segundo ele, pode ser pior se as atividades não forem retomadas após o dia 10 de maio. Nesta data, o Governo do Estado e a prefeitura reavaliarão se as medidas de restrição impostas para contenção da Covid-19 serão ou não flexibilizadas.


“Na cadeia que envolve as agências de viagens e de eventos, com seus agentes, guias e transporte, a receita é zero. A hotelaria, entre março e junho, depende do corporativo. Uns foram cancelados e outros suspensos, a situação é crítica”, afirma Carvalho.


As exceções, raras, são de hotéis que hospedam funcionários municipais da Saúde, em acordo firmado com a prefeitura. E na área de gastronomia e outros tipos de comércio, onde os estabelecimentos investem no serviço de delivery para minimizar o prejuízo durante a quarentena.


Reinventar-se é preciso


Para reduzir os efeitos da crise e se adequar aos tempos pós-pandemia, o Bureau está planejando cursos de inovação e produtividade aos empresários. E também pretende realizar, em outubro, um fórum para trazer alternativas aos setores de turismo e de economia criativa.


A retomada na divulgação da marca Santos no mercado de turismo, prevê Leonardo Carvalho, passará pela criatividade e negociação de acordos com a mídia para a propagação do potencial da cidade.


Para o presidente do Bureau, a crise sanitária trouxe desafios para os empresários, que terão que reinventar os seus negócios para fazê-los prosperar após a pandemia. 


“É necessário que as empresas se adaptem ao novo modelo de convivência. Os eventos virtuais têm sido cada vez mais requisitados. Existe espaço, principalmente na gastronomia, para atingir o seu público nas redes sociais. O home office vai ser mais presente nas empresas”, exemplifica.


O momento, agora, é de replanejar as ações e inovar. “Quem, nestes quase 40 dias de paralisação das atividades, não iniciou um processo de reorganização, de repensar suas estratégias, tende a não prosperar no futuro. Tem que ser inovador em uma fase tão complexa”, defende Carvalho.


Reembolso de taxa


Em reunião virtual realizada nesta segunda com o secretário de Finanças de Santos, Maurício Franco, foi definido que os empresários que tiveram eventos cancelados no primeiro semestre deste ano por causa do novo coronavírus terão reembolsadas as taxas de alvará pagas.


Para ser ressarcido, basta enviar a cópia do comprovante de pagamento para o email sefin@santos.sp.gov.br. Este mês, o Bureau já havia suspendido a cobrança das mensalidades de abril e maio de seus associados.


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