Dez meses depois de dilúvio, obras emergenciais ainda seguem nas encostas de Santos

Com 90% dos trabalhos concluídos, intervenções da primeira fase do Morro São Bento se aproximam do final

Por: Eduardo Brandão  -  23/01/21  -  10:00
41 bombeiros se encontram no local para realizar o trabalho
41 bombeiros se encontram no local para realizar o trabalho   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Pouco mais de 10 meses depois das chuvas de março passado, que deixaram um rastro de destruição e 45 mortes na região, as obras emergências nos morros de Santos ainda seguem. Dos sete pacotes de intervenções nas encostas santistas que receberam recursos extraordiários, a primeira fase da ação no São Bento é a que mais se aproxima do final. O local foi palco da mais intensa queda de barreiras, que apenas na cidade provocou oito vítimas fatais.


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O andamento das obras é um dos motivos que levaram à administração santista a prorrogar por mais seis meses o decreto municipal de situação emergencial nas encostas da cidade. Segundo a Defesa CivilA Defesa Civil, a renovação é uma praxe que é realizada a cada seis meses, caso a situação de emergência continue. A renovação é necessária para que continue garantido o benefício do auxílio-aluguel às famílias que foram removidas em razão dos acidentes em março, auxílio do qual boa parte ainda se encontra dependente. A medida assinada pelo prefeito Rogério Santos (PSDB), na terça-feira (19), tem validade retroativa a outubro passando, quando se esgotou o prazo inicial de duração do ato original.


A destruição com o aguaceiro de março fez com que sete projetos de obras emergenciais recebessem aporte de R$ 34 milhões do tesouro Estadual, bem como contrapartida dos cofres santistas. As ações são realizadas em cinco morros da cidade.


Segundo a prefeitura, a pacote de obras da fase inicial do Morro do São Bento atingiu a marca de 90% dos serviços concluídos. O prazo de entrega programado para a conclusão é aguardado para fevereiro. “As obras emergenciais no Morro São Bento consideradas de prioridade ‘zero’, são para reparar estragos provocados pelas chuvas de março do ano passado, com base em mapeamento da Defesa Civil e de equipes multidisciplinares da prefeitura”, cita, por meio de nota.


No local, foi adotado um conjunto de soluções técnicas de engenharia que para estabilizar as encostas em seis pontos. As obras estão concentradas atualmente em trecho de encosta no encontro das ruas Santa Valéria e Santa Marta, "área de maior complexidade, com plantio de grama e a finalização da drenagem na Rua Santa Marta", segundo o poder público.


Já a segunda etapa de intervenções no São Bento teve início nesse mês, e visa a reconstrução de encosta na Avenida São Cristóvão. A prefeitura garante que a obra supera a cifra de 35% dos serviços prontos. Os trabalhos são realizados pela empresa TMK, com custo de R$ 2.724.982,53, recursos do Município e deverão ser executados no prazo de seis meses (entrega programada para junho).


A mesma empresa assumiu as ações da terceira etapa. A prefeitura informa que a empreiteira “está elaborando o projeto executivo e preparando o canteiro de obras de construção de encosta entre as ruas São Manoel e São Bernardo, no Morro São Bento”. O prazo estimado é de seis meses para entregar a obra (até junho). Para execução dos serviços serão empregados R$ 2.597.505,30, com os recursos do Município.


Demais morros


Ao custo de R$ 1.966.416,96, as obras do Morro Boa Vista foram iniciadas neste mês e consistem na implantação de sistema de drenagem e proteção de encosta entre as ruas 2 e Visconde do Embaré. A empresa TMK, está elaborando o projeto executivo e preparando o canteiro de obras.


Já no Morro da Penha, as intervenções têm custo de R$ 3.674.679,37 para a reconstrução de encosta entre as ruas 8 e 1. A TMK, que está encarregada dos serviços, deverá entregar a obra até junho (prazo de execução de seis meses). “Atualmente é elaborado o projeto executivo, ao mesmo tempo em que ocorre a mobilização para a obra”, informa o poder público.


Com elaboração do projeto executivo e mobilização da obra de reconstrução, as ações no Morro do Pacheco tiveram início neste mês. Será reconstruída a encosta entre as ruas 2 e Visconde do Embaré no Morro do Pacheco. Os serviços estão a cargo da empresa TMK, têm valor de R$ 3.445.513,28 (recursos do Município) e devem ser finalizados em junho.


Em março, a administração espera iniciar os trabalhos no Monte Serrat. Tratam-se de serviços de drenagem e contenção de encostas, no valor de R$ 2.907.562,95, que serão executados pela empresa Interiorana.


O temporal


Na madrugada do 3 de março de 2020, um forte aguaceiro provocou queda de barreiras e de encostas em Santos, São Vicente e Guarujá. Dados do Núcleo de Gerenciamento de Emergência da Defesa Civil do Estado indicam que o acumulado naquele período foi de 282 mm – o que supera a marca esperada para todo o mês. O temporal deixou 45 mortos, sendo oito deles em Santos.


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