Deslizamentos chamam a atenção em morro de Santos

Clarões podem ser vistos na vegetação do Jabaquara, em área particular de uma empresa

Por: Maurício Martins  -  21/02/20  -  12:28
De longe, é possível observar três partes do morro onde ocorreram deslizamentos de terra
De longe, é possível observar três partes do morro onde ocorreram deslizamentos de terra   Foto: Carlos Nogueira/AT

Deslizamentos de terra na encosta do Morro do Jabaquara, em Santos, têm chamado a atenção de vizinhos. Há, pelo menos, três partes de clarão na vegetação por conta do problema. A situação é facilmente percebida por quem mora ou passa pela Rua Joaquim Távora, no Marapé, próximo ao Clube dos Portuários.


Naquela área, está instalada a empresa de logística marinha Transbrasa (Rua Joaquim Távora, 500), que faz movimentação de contêineres. Um galpão fica bem próximo ao local dos deslizamentos, mas não há casa por perto. Segundo a Prefeitura de Santos, aquele espaço do morro é particular e pertence à Transbrasa.


Local onde problema é maior fica longe de casas e áreas da empresa
Local onde problema é maior fica longe de casas e áreas da empresa   Foto: Maurício Martins/AT

O ilustrador Sérgio Lemos vem acompanhando a situação desde o meio do ano passado, da janela de seu apartamento, na Vila Belmiro. “Percebi esse deslizamento há quase um ano. Daí, passei a observar. Na última chuva forte, houve mais dois deslizamentos. Minha preocupação é ambiental, saber o que está acontecendo ali”.


O comerciante Artur Freire Júnior, de 61 anos, está sempre na casa do filho, que há um ano mora ao lado da Transbrasa. “Nós percebemos, na última chuva forte, esses deslizamentos. Ninguém da empresa falou com os moradores, mas também fica distante, não tem problema para a gente”.


Prefeitura 


Em nota, a Prefeitura de Santos afirma que essas ocorrências foram registradas em área particular e não foram atingidas instalações da empresa e moradias no entorno. “A Defesa Civil informa que a área é de responsabilidade da Transbrasa, que possui um plano de monitoramento e manutenção deste trecho da encosta, sob nossa orientação”.


A Defesa Civil diz, ainda, que se trata de um acidente natural “causado por acumulado pluviométrico elevado devido às chuvas de vários dias”. 


Empresa 


Também em nota, a assessoria de comunicação da Transbrasa informa que os deslizamentos ocorreram na noite do último dia 10, por causa das fortes chuvas que atingiram a região. Afirma que a empresa vem monitorando constantemente a encosta do morro, realizando diagnóstico geológico geotécnico e estudo de estabilidade. “Trata-se de maciço rochoso, onde se encontrava instalada a antiga pedreira da Codesp”.


Ainda conforme a empresa, o deslizamento observado foi “tão somente da vegetação superficial que fica sobre o bloco rochoso, caindo no sopé da encosta, faixa de segurança existente entre o paredão de pedra e os limites da empresa. Não foram observados eventuais deslocamentos de bloco rochoso ou surgimento de novas fissuras ou fraturas no maciço rochoso”.


A Transbrasa acrescenta que, nessa faixa de segurança, não há trânsito de pessoas, veículos ou cargas. E que os limites da empresa estão distantes 30 metros do paredão da encosta. “Todos os fatos foram comunicados à Defesa Civil, a quem compete as providências necessárias”, diz a empresa. “Caso se observe alteração significativa, com surgimento de fissuras, prontamente formalizaremos novo comunicado, bem como tomaremos providências na contratação de profissional a fim de obter diagnóstico técnico atualizado”. 


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