Desembargador que humilhou guardas é flagrado novamente sem máscara na praia em Santos

Eduardo Siqueira não cumpriu novamente o decreto que dispõe a obrigatoriedade do uso de máscara de proteção. Caso ocorreu na quarta-feira (5)

Por: Por ATribuna.com.br  -  06/08/20  -  13:29
Sem camisa e falando ao celular, magistrado foi flagrado novamente sem máscara na praia
Sem camisa e falando ao celular, magistrado foi flagrado novamente sem máscara na praia   Foto: Reprodução

O desembargador Eduardo Siqueira, que foi flagrado humilhando um guarda civil municipal de Santos, durante uma abordagem por não utilizar máscara em 18 de julho, foi visto novamente sem máscara enquanto caminhava na faixa de areia da praia de Santos. No caso de julho, Siqueira, além de humilhar o GCM, rasgou e jogou a multa que recebeu na areia.


O episódio mais recente que envolve o desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo e o não cumprimento do decreto municipal que dispõe o uso obrigatório de máscaras, ocorreu na manhã de quarta-feira (5).


>>> Desembargador pediu desculpas por humilhar GCM


>>> CNJ abre reclamação disciplinar contra desembargador que humilhou guarda na praia


>>> Guardas ofendidos por desembargador receberam homenagens da Prefeitura de Santos


>>> Prefeito de Santos chamou magistrado de arrogante e prepotente


O magistrado foi flagrado novamente sem máscara, caminhando na faixa da areia da praia de Santos. Segundo ATribuna.com.br apurou, o desembargador caminhava no trecho entre os Canais 4 e 5. Ele estava bem descontraído, vestindo somente uma bermuda, com a camisa enrolada na cintura, e falando ao celular.


A Reportagem procurou a Prefeitura de Santos para esclarecer se viaturas da GCM, que fiscalizam e orientam moradores sobre o uso de máscaras diariamente nas imediações da orla, abordaram o magistrado na quarta-feira (6). Em nota, a prefeitura informou que, desde último dia 18 de julho, a Guarda Civil Municipal (GCM) não realizou abordagem e/ou aplicação de multa pelo não uso de máscara facial ao munícipe citado pela Reportagem.


ATribuna.com.br procurou o desembargador Eduardo Siqueira para comentar sobre o caso, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.


Humilhação



O desembargador Eduardo Siqueira foi flagrado em vídeo, no dia 18 de julho, humilhando e chamando o GCM Cícero Hilário Roza Neto, de 36 anos, de 'analfabeto', durante uma abordagem da guarnição na faixa de areia. O caso ganhou grande repercussão nacional.


Na ocasião, durante a abordagem, os guardas pediram que o magistrado colocasse a máscara. No entanto, Siqueira afirmou que não utilizava a proteção e que o decreto municipal não tinha força de lei. O desembargador, então, ligou para o secretário de Segurança de Santos, Sergio Del Bel, para citar o ocorrido. Ao receber a multa do GCM, Siqueira rasga e a joga na faixa de areia.


Ao receber a multa por não usar máscara, desembargador a rasgou e jogou na areia
Ao receber a multa por não usar máscara, desembargador a rasgou e jogou na areia   Foto: Reprodução

Respeitando o decreto


Desembargador estava com a mesma bermuda que utilizou nesta quarta-feira (5)
Desembargador estava com a mesma bermuda que utilizou nesta quarta-feira (5)   Foto: 5

Curiosamente, o desembargador utilizava a mesma bermuda que estava usando na quarta-feira (5) durante caminhada na faixa de areia da praia.Após o episódio do dia 18, o desembargador foi flagrado, no dia 22 de julho, caminhando pela orla do Canal 5, também em Santos, mas dessa vez utilizando uma máscara de proteção. Acompanhando de dois homens, que pareciam ser seus amigos, em uma caminhada nas imediações da Avenida Almirante Cochrane, na orla e no Sesc Santos.


CNJ


A postura do desembargador motivou a instauração de um procedimento administrativo no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Procurado pela reportagem sobre o andamento do pedido de providências, aberto pelo ministro Humberto Siqueira, a respeito da recente conduta do desembargador Eduardo Almeida Prado Rocha de Siqueira em uma praia da cidade, o órgão limitou-se a informar que ele já apresentou sua defesa.


"Agora, a Corregedoria Nacional de Justiça apenas se posicionará no âmbito da Reclamação Disciplinar", posicionou a entidade, por meio de nota.


Logo A Tribuna
Newsletter