Desembargador diz que guarda municipal quer enriquecer à sua custa em processo

Eduardo Siqueira chamou guarda de 'analfabeto' após ser multado por não usar máscara em praia de Santos. Agora, o guarda municipal cobra R$ 114 mil de indenização

Por: Por ATribuna.com.br  -  01/12/20  -  19:30
Ao receber a multa por não usar máscara, desembargador a rasgou e jogou na areia
Ao receber a multa por não usar máscara, desembargador a rasgou e jogou na areia   Foto: Reprodução

O desembargador Eduardo Almeida Prado Rocha de Siqueira acusa, em um processo de contestação, o guarda civil municipal Cícero Hilário Roza Neto de querer enriquecer à sua custa. O GCM cobra do desembargador a indenização de R$ 114 mil no processo em que relata a humilhação sofrida por Siqueira.


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Em julho, o caso do desembargador gerou repercussão nacional após a autoridade ofender o GCM, chamando-o de 'analfabeto'. O desacato ocorreu quando o desembargador caminhava na praia de Santos e se recusou a usar a máscara de proteção à Covid-19. Ao ser multado, Siqueira rasgou a multa e ligou para o secretário de segurança pública da cidade, Sérgio Del Bel, para tentar dar uma 'carteirada'.


Toda a ação foi registrada em um vídeo que rapidamente viralizou nas rede sociais. O desembargador pediu desculpas publicamente ao guarda e, na Justiça, apresentou uma defesa alegando ter sido vítima de uma suposta armação. Ele diz que "além da notoriedade, o guarda municipal quer enriquecer".


"No calor do momento, o desembargador usou as palavras, frases e expressões indicadas, mas, em nenhum momento, agiu com dolo", disse à Justiça o advogado de Siqueira, Marco Barone. "Mas o guarda municipal e seu colega se valeram da filmagem ilegal da armação para ganhar notoriedade, expondo-a nas redes sociais e, posteriormente, na imprensa, fazendo o desembargador parecer o vilão 'elitista'."


Já o guarda municipal disse à Justiça que o desembargador não pode questionar a legalidade da gravação. "Ele tinha pleno conhecimento de que estava sendo feita, inclusive, em nítido deboche, olhou para a pessoa que estava realizando a gravação e faz sinal de tudo bem com o polegar", afirmou.


O processo ainda será julgado pela Justiça.


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