A divergência nos diagnósticos de exames realizados para detecção do novo coronavírus em Santos deixou uma família preocupada e sem saber em qual resultado confiar. Quem conta os momentos de apreensão é a pedagoga aposentada e esteticista Maria Aparecida Gomes da Costa Medeiros, de 61 anos.
Após apresentar sintomas da Covid-19 e ver o namorado ser internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em Itanhaém, onde permanece entubado, ela realizou o teste rápido (sangue) e o RT-PCR (coleta de secreção de nariz e garganta), ao lado da filha e do genro, no Pronto-Socorro da Zona Leste, em Santos.
“Lá, o médico fechou diagnóstico e receitou hidroxicloroquina para mim. Eu e minha filha fizemos o teste do cotonete no dia 16 de junho. Meu genro, no dia seguinte. O resultado leva cinco dias, mas minha filha quis fazer o teste da farmácia no mesmo dia e ele deu positivo”.
Preocupada com o diagnóstico da filha, antes mesmo de receber o resultado do PS da Zona Leste, Maria Aparecida foi com a filha e o genro até a Blitz Covid-19, realizada nos dias 20 e 21 na Zona Noroeste, para fazer o teste rápido. Os três receberam diagnóstico negativo. A surpresa veio cinco dias após o primeiro exame, no PS da Zona Leste: eles testaram positivo.
"Fiquei preocupada, pois as pessoas que fizeram o teste dia 21, na Zona Noroeste, podem pensar que não têm o vírus, mas estarem infectadas. Isso me preocupa”.
Resposta
A Secretaria de Saúde de Santos informou que os testes RT-PCR realizados pelos três pacientes no PS da Zona Leste são o “padrão ouro para o diagnóstico da Covid-19”, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). “Desde a segunda quinzena de abril, a Prefeitura oferece este teste a pacientes com sintomas leves da doença, quando a maioria das cidades testava apenas pacientes internados”.
Em nota, a Secretaria informou ainda que os testes rápidos estão sendo usados na triagem de casos suspeitos. “Vários fatores influenciam neste tipo de teste, tais como a sensibilidade e a condição do paciente. Os resultados negativos indicam que a pessoa não tem anticorpos contra covid-19, considerando que esses anticorpos surgem em quantidade detectáveis alguns dias depois da infecção. Se a quantidade de anticorpos for baixa, o teste pode acusar o falso negativo”.
Para defender os testes rápidos, o órgão municipal informou que eles têm registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e validação referendada pelo Instituto Fleury, Diagnósticos da América (Dasa), Hospital Israelita Albert Einstein, além de validação da Food and Drug Administration dos Estados Unidos (FDA).