Construções civis em Santos geraram 7,5 mil empregos

Setor registra em Santos melhor resultado em quase dois anos

Por: Marcelo Eduardo dos Santos & Editor de Economia &  -  26/01/20  -  23:01
Quada dos juros do crédito imobiliário e financiamento na própria construtora aquecem setor
Quada dos juros do crédito imobiliário e financiamento na própria construtora aquecem setor   Foto: ( Vanessa Rodrigues)

O total de empregos gerados pela construção civil em Santos chegou a 7.499 postos em novembro, segundo a Regional Sul do Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo (Sinduscon). O resultado é o melhor desde janeiro de 2017.


“O setor da construção vive uma expectativa de crescimento represada desde outubro de 2018 e agora se espera um ano melhor”, afirma o diretor regional do Sinduscon, Lucas Muniz Elias Teixeira.


De acordo com ele, o número de empregos gerados pela construção em Santos é maior se considerados os indiretos – quase 30 mil. Apenas em novembro foram geradas 110 vagas, depois de três meses seguidos de resultados fracos (após 358 em julho, 53 em agosto, -10 em setembro e zero em outubro).


O resultado do emprego sinaliza uma recuperação da construção, se observado em conjunto com outros dados. Por exemplo, o fluxo de pedidos de autorização de projetos de empreendimentos com mais de dez andares ao Departamento de Controle do Uso e Ocupação do Solo e Segurança de Edificações (Deconte), da Prefeitura, está em alta.


Depois de 18 empreendimentos aprovados no ano passado, a Prefeitura conta agora com 23 pedidos de autorização. Segundo Teixeira, esse fluxo pode até triplicar, com um total de permissões de 40 a 50.


Se comparado com os tempos do boom imobiliário, há uma década, esse ritmo de autorizações ainda é baixo, pois já chegou a superar 100 por ano.


Outro sinal, segundo os dados do Deconte, é de que os pedidos se referem a projetos disseminados pelos bairros, da praia à Zona Intermediária (faixa entre o Marapé e o Macuco) e à Areia Branca.


Crédito imobiliário


Segundo Teixeira, o Sinduscon prevê crescimento de 5% para o lançamento de imóveis. Ele diz que o principal comprador será aquele que quer morar, utilizando recursos de crédito bancário ou de financiamento na própria construtora, prática comum em Santos.


Segundo o diretor do Sinduscon, a inadimplência no crédito imobiliário, que está com juros em queda, é baixa, o que estimula a oferta por parte dos bancos. Quem compra para investir apostando na valorização ainda está retraído. Isso dependerá da alta forte da demanda.


Rendimento médio


Segundo a Fundação Seade, em 2017, o dado mais recente, o rendimento médio do trabalhador santista da construção era de R$ 2.809,41, bem abaixo dos R$ 8.703,03 da indústria, mas à frente dos R$ 2.279,95 do comércio.


O salário da construção perde para a média da Cidade, de R$ 3.310,89. Apesar de mais baixo, a renda salarial da construção é importante por se tratar de uma categoria numerosa. Com base nos 7,5 mil empregos diretos do setor e sem considerar a inflação, a massa gerada ao ano é de R$ 222 milhões.


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