Conselho de Desenvolvimento Econômico é criado em Santos

Futuro órgão servirá para traçar estratégias de crescimento da Cidade por um período de 20 anos

Por: Rafael Motta & Da Redação &  -  12/12/19  -  13:14
O presidente da ACS, Roberto Clemente Santini, vê no conselho de Maringá uma referência nacional
O presidente da ACS, Roberto Clemente Santini, vê no conselho de Maringá uma referência nacional   Foto: Vanessa Rodrigues/ AT

Representantes de 12 instituições da sociedade civil organizada lançaram nesta quarta-feira (11), na Associação Comercial de Santos (ACS), as bases para a criação do Conselho de Desenvolvimento Econômico do Município. O futuro órgão servirá para traçar estratégias de crescimento da Cidade por um período de 20 anos.


A decisão foi tomada após uma conversa, no auditório da ACS, com o engenheiro Sílvio Barros, que foi prefeito de Maringá (PR) entre 2005 e 2012 e, hoje, presta consultoria em gestão, sustentabilidade e governança colaborativa. Ele falou sobre o Conselho de Desenvolvimento (Codem) dessa cidade, de 1996, decisivo para avanços socioeconômicos locais.


Barros estava acompanhado da ex-diretora executiva doCodem, MárciaSantin, que explicou o modelo adotado em Maringá: 22 participantes (três deles do Poder Público), uma diretoria executiva, câmaras técnicas, um conselho consultivo de ex-presidentes, corpo técnico e custeio pela Prefeitura – R$ 500 mil por ano, ou 0,03% dos R$ 1,7 bilhão do orçamento anual.


Márcia observou que apenas a diretoria executiva e os técnicos são remunerados: os demais, voluntários. “É para a vida toda. Só funciona com pessoas apaixonadas pela Cidade”, salientou Barros, dizendo que os membros do conselho a ser criado deverão estar atentos não apenas às oportunidades de negócio existentes, mas às que poderão ser criadas e extintas.


“Parte das maiores empresas do mundo não vai existir em 20 anos. Isso impactará vocês. Alguém tem que analisar perspectivas de futuro, trazer para vocês e subsidiar o Poder Público. Se ninguém pensar nisso, vocês vão ser atropelados por um caminhão sabendo que ele estava vindo”, destacou o ex-prefeito.


Disposição mútua


Sílvio Barros fez duas observações sobre o funcionamento de um conselho do tipo. Uma: como 2020 será ano eleitoral, deve-se buscar o compromisso de candidatos à Prefeitura em abraçar a ideia de apoiar o conselho, aceitar os projetos desenvolvidos pelo grupo e executá-los. Bastará incluir a ideia em seu plano de governo para que se possa cobrar o eleito depois.


O outro detalhe é que “a sociedade (organizada no conselho) tem de estar disposta a compartilhar bônus e ônus”. Por exemplo, quando a Prefeitura fizer uma obra viária de benefício geral, mas que elimine vagas de estacionamento para o comércio, os conselheiros deverão assumir a responsabilidade pelo impacto.


Experiências


O presidente da ACS e da TV Tribuna, Roberto ClementeSantini, exaltou o conselho de Maringá como “referência nacional para transmitir experiências” e julga que Santos ganhará um “desafio de desenvolvimento”.


O diretor André Canoilas sugeriu que o grupo se baseie nestes temas: qualidade de vida da população, consolidação da vocação econômica da Cidade, atração de investimentos, turismo, eventos corporativos e criação de um centro de desenvolvimento científico e tecnológico de ponta, em conjunto com universidades.


O presidente da Associação dos Empresários da Construção Civil da Baixada Santista (Assecob), RicardoBeschizza, um dos articuladores da criação do futuro conselho, convocou os presentes à reunião desta quarta-feira (11) a trabalhar de forma organizada em sua formação.


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