Conjunto Habitacional está abandonado no Morro da Nova Cintra em Santos

No local, que serviria de moradia para quase 200 famílias carentes, restam estruturas inacabadas do projeto habitacional Santos R

Por: Gabriel Oliviera & Da Redação &  -  31/05/19  -  01:06
Quase cinco anos após início da obra, só 128, dos 326 apartamentos, foram entregues
Quase cinco anos após início da obra, só 128, dos 326 apartamentos, foram entregues   Foto: Nirley Sena

Na área onde deveria ser o lar de 198 famílias carentes, o cenário é de abandono: em meio às estruturas inacabadas do conjunto habitacional Santos R, no Morro Nova Cintra, com obras paradas há sete meses, o mato está alto e a sujeira se espalha por todos os lados.


A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), do Governo do Estado, começou a construção dos prédios residenciais, com 326 apartamentos, em setembro de 2014, com a promessa de entregá-los em dois anos e meio. O prazo seria, portanto, em março de 2017. O investimento total é de R$ 32,4 milhões.


Passados quase cinco anos do início da obra, só 128 moradias foram entregues, em fevereiro, com praticamente dois anos de atraso, e as outras 198 unidades continuam só na carcaça.


Os trabalhos estão parados desde outubro de 2018, segundo o supervisor de mecânica industrial José Ramos dos Santos, de 60 anos. “Não tem ninguém trabalhando e, quando tinha, estava num ritmo muito lento”.


Descaso


O eletricista Agrijailson Raimundo da Silva, de 35 anos, passa por ali sempre que vai trabalhar na parte recém-inaugurada do empreendimento. “Eu acho que esta situação é uma sacanagem. Falta de respeito com o dinheiro público”.


Chamam atenção dele, dos vizinhos e de qualquer pessoa que circule por ali o tamanho do mato e a quantidade de sujeira espalhada pelo terreno. Tem entulho e lixo doméstico.


Conforme o vigilante Everson Branco, de 30 anos, há proliferação de bichos indesejados como ratos e acúmulo de água após os dias de chuva, o que pode ser prato cheio para o mosquito Aedes aegypti, transmissor de dengue e outras doenças.


Os moradores reclamam ainda da presença de usuários de drogas e do furto de materiais da obra. O local não está devidamente cercado e pode ser acessado por qualquer pessoa.


“Eu acho que não irão resolver a situação tão cedo”, aposta a operadora de caixa Tatiana Barboza Santos, de 34 anos, que trabalha ali perto.


Já a dona de casa Natalia Regina Camargo, de 66 anos, demonstra preocupação com o estado das estruturas já construídas depois de tanto tempo de abandono. “Há muita água acumulada. Terão que dar um jeito no terreno”.


Explicações


Em nota, a CDHU diz que, em outubro de 2018, precisou rescindir o contrato com a empreiteira responsável pela obra, por ordem do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que julgou a contratação irregular. Agora, após levantamento dos serviços restantes, a expectativa é que uma nova empresa seja escolhida em junho, com prazo de 12 meses para finalização dos trabalhos.


Sujeira e segurança


Sobre a sujeira, a CDHU informa que lançará nos próximos dias uma licitação para contratar uma empresa de manutenção para cuidar dos empreendimentos da companhia. Tão logo seja declarada a vencedora, sabe-se lá quando, o Santos R receberá serviços de poda de mato, limpeza e manutenção. Quanto à segurança, a CDHU garante que mantém segurança 24h por dia no canteiro de obras, embora A Tribuna não tenha visto ninguém quando esteve por lá, na segunda-feira (27).


Atraso


A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), do Governo do Estado, começou a construção dos prédios residenciais, com 326 apartamentos, em setembro de 2014, com a promessa de entregá-los em dois anos e meio. O prazo seria, portanto, em março de 2017. O investimento total é de R$ 32,4 milhões


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