Comerciantes relatam cenário de demissões durante a quarentena em Santos

Categoria realizou protesto, no último domingo (26), para pedir a flexibilização e abertura econômica durante a pandemia no município

Por: Sandro Thadeu  -  27/04/20  -  15:51
Doria anuncia R$ 150 milhões em crédito para microempreendedores
Doria anuncia R$ 150 milhões em crédito para microempreendedores   Foto: Matheus Tagé/AT

O cenário é preocupante para comerciantes que atravessam o período de quarentena em Santos devido a pandemia de Covid-19. A categoria, que realizou uma manifestação no último domingo (26) para pedir a flexibilização do decreto municipal com as restrições impostas às empresas e abertura da economia, relata um cenário de demissões.


Dona de um carrinho de praia, Patrícia Ricci disse que não tem só essa fonte de renda, mas seus empregados estão preocupados. “Está difícil aguentar. As despesas continuam chegando. Medidas de segurança deveriam ter sido impostas, como o uso de máscaras, ao invés de mandar fechar tudo”, afirmou.


Luiz Wanderley Martins Júnior e a esposa são proprietários de uma loja de distribuição de artigos dentários. O local segue aberto, pois vende máscaras e luvas. Apesar disso, a venda caiu 95%.


“Nosso mercado já está sendo muito afetado, porque precisamos esperar o cliente chegar ao dentista, para este vir até nós para a compra dos produtos. Mesmo que o comércio volte a abrir agora, o nosso setor vai demorar muito para se reabilitar”, justificou ele.


Martins Júnior relatou ainda a dificuldade de negociar o prazo de pagamento com os fornecedores e admite que, se não houver mudanças no cenário, será difícil segurar os 12 funcionários do estabelecimento.


Dono de cinco lojas de variedades no Centro de Santos, Eduardo Gouvêa se viu obrigado a demitir 22 dos 58 trabalhadores por conta dos impactos causados pelas medidas impostas pelo poder público.


“Estou nesse ramo há 25 anos e jamais esperava passar por uma situação como essa de hoje. O comércio precisa ser reaberto o quanto antes, tomando as devidas medidas de segurança. Caso contrário a coisa vai piorar ainda mais”, alertou. 


O proprietário de uma loja de materiais de construção, que pediu para não ser identificado, disse que precisou demitir os quatro empregados.


“Eu e a minha esposa estamos fazendo tudo. Na hora que puder reabrir, não sei se vamos aguentar. Sou a favor da democracia, mas não podemos ser impedidos de exercer nossa atividade. O coronavírus está aí e não posso negar isso, mas as atitudes determinadas foram muito radicais”, disse.


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