Comerciantes da cidade de Santos estão nervosos com a volta da fase vermelha. A partir da zero hora deste sábado (6) até o dia 19, o estado de São Paulo enrijece as restrições do comércio e outras atividades por conta do aumento dos casos de coronavírus. A equipe de A Tribuna foi até a Avenida Ana Costa, no bairro Gonzaga, uma das mais movimentadas do comércio santista, e conversou com proprietários de estabelecimentos sobre o assunto, que estão apreensivos. Confira a videorreportagem acima.
O proprietário da loja de roupas e variedades “StreetCult”, Rafael Fernandes Soares de Melo, disse que a retomada da fase vermelha representa novos problemas para o seu comércio. “Bem quando estávamos voltando ao ritmo, vai fechar”, desabafa. “As contas continuam vindo e ficamos preocupados. É claro que estamos no ‘pico’ [da pandemia] e mortes, mas, ainda assim, precisamos pagar as contas. Precisamos nos reinventar no delivery para ‘correr atrás’. Já não estava bom, agora, fechando em definitivo, não sei qual será a nossa saída”.
A proprietária da cafeteria “Rota do Café”, Rosângela Teresinha Damaceno, também comentou sobre os compromissos que os estabelecimentos precisam honrar mesmo durante o “fechamento” da parte do comércio que não é considerada “essencial”. “Deveríamos ficar com medidas de restrição de horários, mas, ainda assim, abrindo o nosso comércio. Iríamos respeitar todas as normas. Mas [o fechamento] prejudica demais, pois temos contas a pagar”, diz. “Ficamos de mãos atadas!”.
Próximo a cafeteria, o proprietário da “Mapcel Celulares”, Marco Antônio Araújo, que fornece assistência técnica para seus clientes, ressaltou a importância do cuidado com a saúde pública, mas criticou a falta de ações da política local no transporte dos trabalhadores que, segundo ele, causa impacto ainda maior na pandemia do que o comércio.
“Muitos comerciantes estão no ‘estado vermelho’, precisando vender seus bens, que foram adquiridos ao longo de um bom tempo [de trabalho], para tentar manter seu comércio aberto”, relata. “A saúde precisa estar em primeiro lugar, isso é muito importante, mas se pensássemos nisso, mudaríamos a forma de transporte do trabalhador ao seu local de trabalho. Hoje, temos ônibus e VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos) lotados. Este é o principal problema”.
E mesmo quem trabalha nos Pet Shops, considerados “atividades essenciais” e que continuarão de portas abertas, critica os critérios da “fase vermelha”. A vendedora Carla Alves, que trabalha no “Pet Shop Zoológico”, também teceu comentários sobre o assunto. “Não vamos deixar de trabalhar, mas a rua estará toda fechada. No entanto, sabemos que quem trabalha com casas noturnas, bares e restaurantes, continuará ‘clandestinamente’, como sempre. Isso prejudica quem trabalha de forma correta”, alfineta.
Abaixo, veja os tipos de estabelecimentos comerciais que continuarão abertos durante a fase vermelha:
Farmácias
Mercados
Padarias
Açougues
Postos de combustíveis
Lavanderias
Meios de transporte coletivo
Transportadoras, oficinas de veículos
Atividades religiosas
Escolas
Hotéis, pousadas e outros serviços de hotelaria
Bancos
Pet Shops
Serviços de delivery ou entregas
Indústria
Construção civil