Coletores transformam 'lixo limpo' em mais de R$ 1.200 por mês em Santos

Trabalhadores da ONG Sem Fronteira chegam a coletar duas toneladas de materiais em oito horas de trabalho

Por: Jordana Langella  -  15/02/21  -  16:40

A rotina dos coletores de produtos recicláveis da ONG Sem Fronteira, fundada há 11 anos em Santos com o objetivo de capacitar pessoas em vulnerabilidade social, é incessante. Eles são responsáveis pela organização de toneladas de garrafas PET, latas, papelões, embalagens de plástico e materiais que não são orgânicos, o “lixo limpo”. E tudo isso em um trabalho diário.


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Para Marcelo Adriano, fundador da ONG, o trabalho dos coletores é pouco reconhecido, mesmo sendo essencial para a preservação do meio ambiente: “Até agora não foi dada a devida atenção para as questões ambientais. São trabalhadores que estão à margem da sociedade, lutando com as próprias mãos para fazer um trabalho de grande importância”.


José da Silva, de 69 anos, por exemplo, é responsável há sete anos por operar uma máquina de prensagem que tem a função de compactar os materiais recicláveis que chegam na cooperativa e têm como destino final companhias especializadas em reciclagem.



Segundo ele, o dia a dia do trabalho é sempre bastante intenso. “Tem que ser rápido, não tem jeito, senão a produção não anda. A média (diária) de peso é de duas, duas toneladas e meia de material”, explicou em entrevista para A Tribuna.


Com a colega de trabalho de José não é diferente. Amanda Silva, que há sete meses faz parte da ONG Sem Fronteira, diz que a rotina chega a cansar. “Minha rotina de trabalho é um pouco cansativa, porque a gente tem descarregar um caminhão, separar algumas coletas e ajudar o pessoal para sair com o caminhão. É agitado aqui”.


Apesar de Amanda e José terem funções diferentes, a primeira faz a seleção do que é vidro, papelão e plástico. A média de valor para a coleta seletiva é semelhante, cerca de R$40 por dia.



Porém, apesar do árduo trabalho, Amanda acredita que sua função infelizmente ainda é invisível. “Tem gente que nem sonha que esses materiais existem. Eu falo por mim, eu nem sabia que existia isso aqui. Eu estou trabalhando aqui e tenho uma noção que a gente joga o lixo e nem sabe para onde ele vai, mas tem outras pessoas trabalhando para reciclar esse lixo para ganhar um dinheiro, não é um ‘dinheirão’, mas dá para ganhar uma moedinha”, finaliza.


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