Cirurgia intrauterina inédita na região corrige coluna de feto em Santos

Os médicos Bruno Zaher e Izilda Pupo realizaram o procedimento intrauterino no Hospital São Lucas

Por: Da Redação  -  02/08/19  -  17:21
Segundo médicos, a cirurgia feita por vídeo é o método mais seguro possível
Segundo médicos, a cirurgia feita por vídeo é o método mais seguro possível   Foto: Silvio Luiz/AT

Uma cirurgia intrauterina inédita nos hospitais particulares da região possibilitou a correção de um defeito grave na coluna de um feto, em Santos. Caso o procedimento não fosse realizado no tempo certo, o bebê poderia sofrer com uma série de problemas após o parto, indo de incontinência urinária a alterações cognitivas graves.


A operação ocorreu no fim de junho, na Maternidade do Hospital São Lucas. O procedimento foi realizado pela equipe dos médicos Maurício Saito, da Conceptus - Unidade de Medicina Fetal (Unimef), e Alexandre Silva. Eles capitanearem a cirurgia com apoio da equipe do hospital santista, composta pelos médicos Izilda Pupo e Bruno Zaher.


“Só poderemos ter 100% de certeza do sucesso da cirurgia depois que a criança completar 2 ou 3 anos. É algo que precisamos acompanhar com o tempo. Mas o problema detectado foi corrigido”, comenta Zaher.


Intervenções


De acordo com o médico, os problemas relacionados ao fechamento do tubo neural normalmente estão relacionados ao baixo consumo de ácido fólico ou por alterações ligadas à genética.


“Com 18 semanas, já conseguimos observar esse tipo de anomalia no bebê. Alguns marcadores, no entanto, podem apresentar entre 13 a 14 semanas de gestação. Mas, nesse caso, a chance de ter o diagnóstico fica entre 60% e 70%”. Ele explica também que a cirurgia intrauterina pode ocorrer entre 20 e 26 semanas. 


O ultrassom morfológico é necessário para toda gestante. Mas não são todas as patologias identificadas no exame que podem ser corrigidas com cirurgias intrauterinas. “Não conseguimos operar alterações cardíacas ou movimento de um membro determinado”.


Referência


O médico explica que o Brasil tem se tornado referência no assunto por não permitir a interrupção da gravidez. “Nos Estados Unidos e na Europa, algumas localidades permitem a interrupção da gestação em caso de anomalia. Aqui, desenvolvemos estudos para identificar as causas e também fazermos essas cirurgias durante a gestação”.


A médica Izilda Pupo ressalta que a estrutura oferecida pelo Hospital São Lucas foi fundamental para manter o procedimento cirúrgico em Santos. “Em um caso como esse, a paciente seria encaminhada a um hospital em São Paulo. Mas, a partir do momento em que demos a estrutura aqui, abrimos espaço a outras cirurgias em Santos”. 


Apesar de trazer pequenos riscos à mãe, a cirurgia feita por vídeo é o método mais seguro possível, finaliza Izilda.


Logo A Tribuna
Newsletter