Centro de comércio é inaugurado neste sábado na Zona Noroeste

A Prefeitura de Santos inaugura neste sábado (31), ao meio-dia, o Centro de Atendimento ao Turista e de Comércio de Artesanato, como parte da programação do 43º aniversário da Zona Noroeste. O camelódromo, como também é chamado, chega em meio a comemorações e preocupação por parte dos ambulantes que passarão a atender no local.

Eles temem não ter condições de arcar com a taxa mensal que passarão a pagar ao ocupar o equipamento. O valor varia de R$ 397,00 a R$ 422,00, de acordo com a área do box a que cada um terá direito.

José Nilton Ferreira, de 55 anos, trabalha como ambulante desde 1997. É da barraquinha que possui vendendo artigos diversos que tira o sustento da família. Agora, está aflito. 

“A mudança é boa, vai melhorar para a gente. O problema é que fica puxado pagar esses valores”, explica. Atualmente, ele desembolsa R$ 50,00 mensais para guardar o carrinho e espera não ficar sem a clientela quando sair da Praça José de Oliveira Lopes e for para o camelódromo. 

“Mas acho que a gente perde o movimento de quem passava meio perdido e acabava comprando algo. Não sei como ficarão as vendas para arcar com essa taxa”, teme.

Vendendo bijuterias e bolsas há 18 anos, Marcela Silvestre, de 32, oscila entre momentos felizes e de tensão. “Com a mudança, acaba o sofrimento com chuva ou sol. Só que a gente não sabe como vai ser o movimento. Podiam dar um período de carência para pagar essa mensalidade. O valor ficou muito alto”, considera Marcela.

A obra, que era para ter sido entregue em maio, é uma antiga reivindicação dos comerciantes, que fazem parte da Associação do Comércio Popular da Zona Noroeste. 

“A estrutura lá está show de bola. Mas a gente não sabe que matemática eles usaram para estabelecer os valores. É um custo fora do padrão para o pessoal. A economia está em recessão. Não está fácil”, diz Ricardo Pereira, de 50 anos, que há 26 atua com comércio popular.

Ednalva Lopes, de 39 anos e que está há 23 no ramo, concorda. “Todo mundo sabia que teria um custo. Mas a expectativa era de que fosse entre R$ 150,00 e R$ 200,00. Esses valores pegaram a gente de surpresa.”

Resposta

Em nota, a Administração Municipal explica que os custos referem-se a gastos com água, luz, limpeza, segurança, ocupação da área e pessoal para manutenção do equipamento. “(São) Cobrados como preço público, que representam o mínimo de despesas do local”, argumenta a Prefeitura.

Ainda de acordo com o Município, os valores são uma projeção e podem ser revistos. A Prefeitura diz, ainda, que estuda alternativas para redução dos custos, “especialmente até que ocorra a plena consolidação do equipamento”.

Atividades 

Para celebrar os 43 anos da Zona Noroeste, haverá outras duas ações, ambas marcadas para as 9h, na Passarela do Samba Dráusio da Cruz, na Areia Branca. Uma, o desfile cívico-militar que abrirá a Semana da Pátria. A outra, a assinatura da escritura de compra pela Prefeitura, por R$ 22 milhões, de uma área no Estradão para 1.000 moradias.

Estrutura

Com 526 m² de área construída, três entradas e uma cobertura, o Centro de Atendimento ao Turista e de Comércio de Artesanato da Zona Noroeste oferece 40 boxes (cada um com 6,2 m²), dois deles para lanchonetes, três sanitários (um acessível), setor administrativo, depósito e sala para o Posto de Informação Turística.

A obra, que fica na Praça Bruno Barbosa, s/n°, Castelo, foi realizada pela Ecovias, concessionária do Sistema Anchieta-Imigrantes, com investimentos de R$ 1,4 milhão como parte do Termo de Responsabilidade de Implantação de Medidas Mitigadoras e Compensatórias das obras da entrada da Cidade.