Censo revela problemas em nove, de cada 10 árvores em bairro de Santos

Levantamento foi realizado na Pompeia

Por: Eduardo Brandão & Da Redação &  -  08/06/19  -  14:46
Meta do Poder Público é que tempo médio de espera caia até 36,5%
Meta do Poder Público é que tempo médio de espera caia até 36,5%   Foto: Carlos Nogueira/AT

Nove em cada 10 árvores na Pompeia, em Santos, apresentam algum tipo de problema relacionado a manuteção ou danos por atos de vandalismo. É o que revela o censo arbóreo realizado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Seman).


O bairro foi o primeiro a ter o levantamento finalizado e revela um antigo problema já conhecido na vegetação urbana santista: o plantio, no passado, de espécies incompatíveis com o local.


A conclusão do estudo englobando todos os bairros santistas é aguardado desde 2016, quando a Câmara aprovou a lei número 3.269, que obriga a Prefeitura a fazer um inventário da vegetação na Cidade.


Com a conclusão na Pompeia, o mutirão concentra, agora, os esforços no Gonzaga e Campo Grande, ainda sem prazo de fina-lização. A capacitação de cuidadores de árvores é apontada pela municipalidade para antecipar a conclusão do estudo.


Estimativas do Poder Público indicam existir mais de 36 mil árvores espalhadas nas vias santistas. Desse total, ao menos 373 espécies ficam na Pompeia, conforme aponta o estudo conduzido por técnicos da Seman.


De acordo com o titular da pasta, Marcos Libório, a maior parte dos problemas encontrados se deve à intervenção humana. “Ou é a construção de mureta, uma placa afixada (no tronco), ou poda inadequada”.


Indicação


Ele explica que o mapeamento vai indicar o melhor método de intervenção na vegetação problemáticas – o que só vai ocorrer em casos mais extremos. “Se há risco de queda, (a árvore) será substituída com base no apontamento que o censo vai indicar”, diz.


O titular da pasta reconhece que a maioria das espécies necessita de poda na copa para “evitar conflito” com a rede elétrica. “(O estudo) não analisa apenas a condição fitossanitária das árvores, mas se ela apresenta algum risco de queda ou se está sofrendo de cupim, agressão (humana)”.


Contudo, paisagistas ouvidos pela Reportagem afirmam que essa será a ação mais crítica. Isso porque, boa parte das árvores plantadas na Cidade não são compatíveis com o solo – como o popular chapéu de sol, cujas raízes provocam danos no calçamento.


“Significa que cada vez que (a copa) é podada, mais se eleva e raiz não se fixa na mesma proteção”, reconhece Libório. Para evitar esses problemas, o Poder Público tem replantado espécies nativas da Mata Atlântica, que são adaptadas às condições locais.


Mais pedidos


A poda de árvore é a queixa com maior volume de registros na Ouvidoria Municipal. Tanto que no ano passado a Prefeitura lançou um pacote de medidas a fim de sanar esse problema. A promessa era reduzir pela metade o tempo de espera pelo serviço – que, naquela ocasião, superava 240 dias.


Na Rua Frei Francisco Sampaio, no Embaré, moradores relatam mais de cinco anos para o corte dos galhos de uma árvore.


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