Câmara de Santos tem 140 positivos para coronavírus e suspende atividades

Do total de confirmados, 71 estão com vírus ativo no corpo e podem transmitir a doença; testes rápidos foram feitos pela Prefeitura em 329 pessoas

Por: Maurício Martins  -  04/08/20  -  23:22
Atualizado em 04/08/20 - 23:28
Mais de 40% de funcionários do Legislativo foram infectados, segundo testes
Mais de 40% de funcionários do Legislativo foram infectados, segundo testes   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Testes rápidos feitos nesta terça-feira (4) em 329 funcionários da Câmara de Santos detectaram 140 positivos para coronavírus, índice que chega a 42,5%. Entre eles, 71 (21,5% do total) estariam com o vírus ainda ativo no corpo (apresentaram anticorpos IgM, fase aguda da doença) e poderiam transmiti-lo, incluindo três vereadores: Sérgio Santana (PL), Sadao Nakai (PSDB) e Benedito Furtado (PSB). Os testes foram feitos pela Prefeitura.  


Outras 69 pessoas tiveram teste positivo para a presença de anticorpos IgG, da fase de cura. Ou seja, elas já tiveram contato com o vírus antes, mas não estão doentes no momento.


O índice de contaminados levou o presidente da Casa, Rui de Rosis (PSL), a suspender todas as atividades no Legislativo. As sessões presenciais, que seriam retomadas na noite desta terça, vão continuar ocorrendo de formas on-line.  


Em nota, a Câmara Municipal informa que, “em razão do elevado número de testes rápidos confirmados para o novo coronavírus entre seus servidores e colaboradores, atendendo a recomendação da Vigilância Sanitária, todas as suas atividades serão suspensas por sete dias, retornando na próxima quarta-feira (12)”.  


Afirma, ainda, que todos os infectados estão em boas condições de saúde. “Desde março, a Câmara decretou home office aos seus funcionários acima de 60 anos e com comorbidades. Agora, os que foram diagnosticados com o vírus ativo seguirão o tempo de licença de trabalho, conforme definido em seus atestados de afastamento, em acordo aos protocolos vigentes”.  


Por fim, a Casa destaca que reforçou todas as medidas de prevenção, como a disponibilização de álcool em gel, distanciamento entre trabalhadores, aferição de temperatura no acesso às suas dependências e a obrigatoriedade de uso de máscaras. 


Vereadores 


O vereador Sérgio Santana disse que confia no teste feito, mas irá fazer outro. Ele não tem sintomas, assim como Sadao Nakai, que foi orientado a cumprir isolamento em casa. 


Já Benedito Furtado diz que está adotando todas as medidas necessárias para se certificar do resultado, “tendo em vista a alta incidência de falso positivo do exame”. Ele está assintomático e afirma que irá a um laboratório certificado para fazer os exames sorológicos. Ressalta, ainda, que cumprirá as exigências dos médicos e continuará em quarentena absoluta. 


Antes dessa testagem, outros três vereadores já haviam sido contaminados. Lincoln Reis (PL), Antônio Carlos Banha Joaquim (MDB) e Audrey Kleys (PP). Em contato com a Reportagem, Audrey explica que fez o teste rápido nesta terça na Câmara e deu positivo para anticorpos na fase de cura, o que vai ao encontro do esperado.  


Alto índice de erro 


Os testes rápidos costumam apresentar alto índice de erro, como falsos positivos. Alguns vereadores questionaram os resultados e o presidente da Câmara pediu explicações à Secretaria de Saúde.  


Procurada, a Prefeitura explicou que o teste utilizado foi o do modelo Leccurate, da Lepu Medical Technology, que possui registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 


“De acordo com as orientações da Secretaria de Estado da Saúde, não há a recomendação para novo teste e a conduta a ser seguida quando o teste rápido apontar IgM é fazer o isolamento do paciente sintomático por 14 dias e do assintomático por 7 dias”, diz a Administração.  


A Prefeitura considera os testes confiáveis. “A utilização dos testes rápidos faz parte das estratégias do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado da Saúde para o enfrentamento da pandemia. Mas vale ressaltar que diversos fatores influenciam nos resultados, tais como a sensibilidade/especificidade do teste e a condição do paciente”. 


Ainda conforme a Administração, o teste Leccurate – Lepu tem sensibilidade para diagnóstico (positivo) com probabilidade de 98,9% e, especificidade para diagnóstico (negativo), com probabilidade de 97,6%. “Estes percentuais constam na bula do teste e foram obtidos após testes de anticorpos Sars-CoV- 2 comparados com o método de ácido nucléico (PCR) usando amostras coletadas clinicamente”.  


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