Centenas de pessoas se aglomeraram em frente à sede do Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista (Sindipetro-LP), em Santos, em busca de um botijão de gás mais barato nesta quinta-feira (13). Em uma ação que faz parte da greve da categoria, os petroleiros estão vendendo o gás de cozinha por R$ 32. Isso é praticamente a metade do preço normal do botijão na Baixada Santista, que varia entre R$ 65 e R$ 80. No começo da tarde, a fila já reunia mais de 200 pessoas.
Durante a distribuição de 150 unidades, mediante senha, os grevistas entregaram à população material informativo explicando os motivos da ação. Isso porque a reivindicação de um preço mais justo do gás de cozinha e combustíveis é uma das bandeiras da greve nacional da categoria que luta também pela manutenção de direitos e contra as demissões.
Segundo os petroleiros, o preço do gás sofreu uma disparada em 2019, quando o Governo Federal forçou a Petrobras a adotar uma política de paridade com os preços internacionais. Em vez de calcular os custos de produção de gás e petróleo no Brasil pelo real, a moeda brasileira, agora eles são dimensionados em dólar. Uma mudança que prejudica a população mais pobre, de acordo com os grevistas.
A balconista Daniela da Silva, 37 anos, moradora da Vila Mathias, em Santos, foi a primeira da fila e às 11h já estava na porta do sindicato. “Quando soube, eu vim correndo porque o preço vale a pena. Em casa, são nove pessoas e a gente sabe o quanto esse valor pesa no orçamento. Já ficamos alguns dias sem gás”.
A dona de casa Rosecler Gomes de Souza, de 63 anos, do Campo Grande, em Santos, também chegou cedo. Ela conta que o gás que tem em casa, comprado em dezembro de 2019, custou R$ 95. “Já está acabando. O bom seria se fosse esse preço sempre”.
Para reduzir o valor do gás de cozinha e derivados de petróleo, os petroleiros defendem o fim da paridade de preços com a cotação do mercado internacional, a suspensão do que definem como desmonte da companhia (com a venda de ativos, demissões e outras medidas), a diminuição da importação de derivados e a retomada das obras de ampliação das refinarias para atender o mercado interno e gerar empregos.
Procurada, a Petrobras informou que não tem ingerência no preço do gás de cozinha ao consumidor final. Informa que, desde 2002, as importações de GLP foram liberadas e o seu valor passou a ser definido pelo próprio mercado. O GLP pode ser produzido pela Petrobras, outros refinadores instalados no país, centrais petroquímicas particulares ou, ainda, importado por qualquer empresa autorizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).