O talento da jovem Beatriz Bandeira, de 18 anos,foireconhecido internacionalmente.No ano passado,a bailarina foi selecionada para a fase final de uma competição na Espanha, além de um curso em Turim, na Itália. Sem condições de arcar com os custos das viagens, ela precisou deixar as oportunidades passarem.Mas, com a ajuda da mãe, ela passou a vender brigadeiros e máscaras em Santose conseguiu viajar para a Alemanha em fevereiro deste ano.
Em setembro de 2019, Beatriz foi selecionada para uma competição em Berlim, capital alemã. Desde então,ela e a mãe, a vendedora de roupas Jane Pereira, de 61 anos, começaram a vender brigadeiros, primeiro na igreja e, depois, em feiras e bairros santistas.
“É algo desgastante para nós duas, mas eu sei que nada que vale a pena ter é fácil de conquistar”, destaca Beatriz. Elas também realizaram rifas durante a Páscoa, sempre pensando em conseguir fundos para financiar a carreira de bailarina.
Em fevereiro, Beatriz embarcou para a Alemanha, a primeira viagem internacional da carreira, que durou uma semana.Ela conta que os custos podem superar os R$ 10 mil, conforme o país e o tempo no local.
Nas manhãs, ela e a mãe preparam os brigadeiros para, em seguida, vender em feiras e bairros de Santos, de terça a domingo. Durante a pandemia, a dupla, além de continuar com as vendas e entregas, passou a vender também máscaras de proteção, que recebem de uma colega. “Tudo é revertido para ela”, conta Jane Pereira, que teve a ideia quando surgiu a oportunidade dea filha ir para Berlim.
Beatriz começou a dançar aos quatro anos de idade, no BalletValderez, o mesmo que está atualmente. Aos sete, ela entrou para obalé do Teatro Municipal de Santos, onde ficou por nove anos. Depois, passou a investir na carreira solo.
A moradora do Bairro José Menino concilia a rotina de vendas com estudos diários sobre dança.Com a pandemia de Covid-19, várias competições e apresentações foram adiadas para o ano que vem. Apesar disso, ela segue se preparando para os próximos desafios.
“Esse ano era para focar na dança e conseguir um contrato, mas o isolamento impediu de isso acontecer.Para poupar-nos de arrecadar fundos no último minuto, concordamos em continuar com as vendas”, conta Beatriz.
“Ela é meu orgulho”, afirma Jane. “Fico feliz em poder ajudar ela a realizar o sonho, que é o balé, e procuro fazer tudo que está a meu alcance. O sonho dela é meu também”, finaliza.