Bacia do Macuco, em Santos, é alvo de críticas e assusta vizinhos

Região sofre com a falta de manutenção

Por: Matheus Müller & Da Redação &  -  02/06/19  -  16:52
Calçadas quebradas e rampa com limo deixam moradores do Macuco sem acreditar em dias melhores
Calçadas quebradas e rampa com limo deixam moradores do Macuco sem acreditar em dias melhores   Foto: Irandy Ribas/ AT

A Bacia do Macuco, em Santos, é uma área com potencial de sobra para servir ao lazer, mas a realidade atual tende a afugentar as pessoas. Falta manutenção no espaço público e isso pode ser percebido por qualquer um que passa pelo local. A única boa notícia é que a prefeitura garante levar seu programa de manutenção à região no segundo semestre.


Entre os problemas observados, os mais graves são bancos com ferros expostos, calçada quebrada, tubulação e conduítes à mostra, guarda-corpo em falta ou danificado, rampa e degraus com limo e uma bica sem água.


Quer mais? Em meio aos barcos parados no canal, há um pedaço de árvore. Apesar da água suja e com mau cheiro, pela manhã e à tarde ainda é possível ver alguns corajosos pescando. Também há quem diga que mergulha no espaço.


“A gente vem pescar aqui geralmente. Dá muito parati. Só pulamos na água quando o canal fica cheio. A água do mar entra e limpa tudo, mas, depois que abrem a comporta, ficam só a lama e o cheiro ruim”, diz o estudante Renan Mancini Rios, de 16 anos.


Ele estava acompanhado do amigo João Carlos dos Santos, de 11 anos, e de Regilson de Almeida dos Santos, de quem é enteado. Santos, por sinal, lamentou o estado da região, que, segundo ele, poderia ser melhor aproveitada.


“É um lugar gostoso, mas largado. Podia ser melhor aproveitado, um espaço para os moradores”, disse ele, que apesar de apontar a diminuição no número de peixes, afirma ter pescado 23 paratis em um dia, com uma linha, anzol, a boia de isopor e pão.


Ciclovia interditada


Ao logo do trajeto do canal, corre uma ciclovia com cerca de 10 metros interditados, aparentemente sem motivo, a não ser a sujeira. Uma faixa de isolamento, amarrada em um caminhão e troncos de árvores, bloqueia a passagem.


“A ciclovia está muito ruim, com muito lixo e o piso escorregadio, devido ao limo”, disse a comerciante Tatiane da Silva Machado.


Ratos


Joyce Desiree de Jesus da Silva, que trabalha em um comércio local há três anos, lamenta que a situação do bairro está cada vez pior. Ela explica que, além da falta de manutenção das vias, há muito rato e insetos no local. “Aqui há muita sujeira e entulho. Muitos buracos e tocas de ratos. Eles são grandes e já entraram aqui”.


Canal bloqueado


O estivador André Luiz Alves, de 49 anos, passava pela ciclovia quando viu a equipe de A Tribunae desabafou: “Há 35 anos, o Oswaldo Justo [prefeito de Santos entre 1984 e 1988] limpou o canal da Bacia do Macuco sem tecnologia. Hoje, com tantos instrumentos, deixam sacos cheios de lama e lixo debaixo da ponte”.


Alves diz que também pesca na região e que os entulhos foram deixados no local após a última limpeza. “Varreram para debaixo do tapete. Agora, quem quer sair com o barco tem que enfrentar isso”.


Prefeitura promete manutenção geral


A Subprefeitura da Zona da Orla e Intermediária de Santos informa que a área está na programação de manutenção geral, o que deve ocorrer no segundo semestre. "Serão instalados novos bancos e lixeiras e ocorrerão reparos nas calçadas e guarda-corpos”.


A administração municipal diz que a ciclovia está liberada. “As faixas plásticas não foram colocadas pela Prefeitura e, no momento da vistoria, estavam presas no eixo de um caminhão”.


A prefeitura disse, também, que enviará técnicos para avaliar a situação do canal e medidas serão tomadas para facilitar o deslocamento dos barcos.


Com relação à desratização, a Seção de Vigilância e Controle de Zoonoses (Sevicoz) mandará equipe esta semana para avaliar a área e adotar as providências necessárias. Sobre a presença de cachorros abandonados, outra queixa feita à Reportagem, a Coordenadoria de Defesa da Vida Animal (Codevida) informa não ter registros sobre acréscimo de animais na Bacia do Macuco. “São realizadas castrações periódicas na região”.


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