Após vencer leucemia, Porthinhos ingressa em faculdade de Medicina: 'Realizando um sonho'

Aos 19 anos, jovem que venceu a leucemia e passou por transplante de medula óssea passou no vestibular e diz que planeja se especializar na área que o salvou quando criança

Por: Yasmin Vilar & De A Tribuna On-line &  -  08/02/19  -  09:32
  Foto: Arquivo Pessoal/ Porthos Martinez

Depois de vencer a leucemia por duas vezes e passar por um transplante de medula óssea, Porthos Martinez, o Porthinhos, passou no vestibular e irá ingressar em medicina. Atualmente com 19 anos, o santista conta que “está realizando um sonho” que foi iniciado nas alas de tratamento da doença. “A ficha não caiu totalmente que daqui a seis anos serei médico”, diz com entusiasmo. Calouro da Universidade São Judas Tadeu, de Cubatão, ele explica que planeja uma especialização em oncologia e hematologia, área que o salvou ainda na infância.


Desde os 10 anos, Porthinhos teve a certeza que medicina seria a profissão escolhida quando crescesse devido ao atendimento que recebeu durante o tratamento da leucemia. “Percebi imediatamente o carinho que os médicos tinham por mim e pelas outras crianças. Notei que ser medico é lutar junto com quem está necessitando de um tratamento humanizado e que queira fazer a diferença na vida de quem precisa”, analisa.


Praticante de taekwondo desde pequeno, Porthinhos terá que se dividir entre a graduação de medicina e o esporte, tendo que se adaptar aos novos horários. “O taekwondo sempre me ajudou a vida inteira em todos os aspectos. Tenho que achar um tempo para treinar, pois a faculdade é período integral e o esporte faz parte da minha vida”, relata.


Porthinhos tinha uma rotina árdua de estudos para conseguir entrar na faculdade. Em um período de cinco meses, ele passava dez horas por dia dedicados aos livros. Essa fase, no entanto, teve de ser interrompida já que Porthinhos teve de realizar uma cirurgia de prótese de quadril por conta de uma necrose decorrente do uso de corticóides durante os tratamentos contra a leucemia.


"Precisei me recuperar e passei a estudar sozinho e com a ajuda de antigos 'anjos-professores', que vinham à minha casa para tirar dúvidas”, lembra.


Agradecido, Porthinhos comenta que a ajuda de amigos, familiares, professores e profissionais da saúde que acompanharam sua trajetória, serviram como inspiração para o jovem ser curado e conseguir a vaga no curso superior. “Todos cuidaram de mim e me ajudaram a vencer as dificuldades do câncer. Sem eles, não conseguiria”.


Porthinhos passou por um transplante de medula óssea aos 13 anos
Porthinhos passou por um transplante de medula óssea aos 13 anos   Foto: Arquivo pessoal

Porthinhos foi diagnosticado com leucemia aos 10 anos e passou pelo tratamento medicamentoso. Três anos depois, a família descobriu que a leucemia havia voltado, com a necessidade da realização de um transplante de medula óssea. Sem um possível doador na família, parentes e amigos foram às redes sociais criar uma campanha em prol do menino. O vídeo viralizou e Porthinhos recebeu o transplante de um doador que morava em outro Estado.


Lembranças


“O baque foi muito grande, além de já saber tudo que passei, tive que interromper a adolescência e ficava muito magoado com o acontecimento”, explica Porthinhos. Na época, o jovem passou pela Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com hemorragia cerebral e complicações renais advindas de uma síndrome hemolítica.


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