Alto índice de suicídio faz Santos perder liderança das melhores cidades para idosos

Primeira colocada na edição 2017 do IDL, Santos permanece em posição de destaque no levantamento nacional

Por: Eduardo Brandão  -  13/10/20  -  20:00
Entre as recomendações de especialistas, está tomar sol quando puder, já que o vírus gosta de frio
Entre as recomendações de especialistas, está tomar sol quando puder, já que o vírus gosta de frio   Foto: Alexsander Ferraz/ AT

Ao menos um em cada cinco santistas tem 60 anos ou mais, indica a projeção habitacional da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados Estatísticos (Seade). E a cidade é o segundo melhor lugar do País para esse faixa etária. A conclusão consta na segunda edição do Índice de Desenvolvimento Urbano para Longevidade (IDL), divulgado nesta terça-feira (13).


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O resultado, contudo, é um pouco pior do que primeira rodada. Em 2017, Santos ocupou a liderança no indicador devido desempenho em variáveis como habitação, cultura e engajamento. A perda da liderança, segundo o indicador, foi o “ponto de atenção a elevada frequência de suicídios”.


A taxa de suicídio na terceira idade em Santos é mais que dobro da média nacional. Conforme estudo realizado pelo psiquiatra Sidney Gaspar, 18 idosos tiraram em 2015 a própria vida em cada grupo de 100 mil habitantes. Já o Mapa da Violência indica que essa proporção no Brasil é de 8 mortes por 100 mil habitantes. Na comparação com as demais faixa etárias, a cada santista que tira a própria vida, seis idosos cometeram suicídio na cidade.


O estudo da IDL mostra que, apesar do resultado, o município ainda tem “desafios a enfrentar, ou que não possa melhorar ainda mais os pontos em que teve bom desempenho”.


O estudo analisa 50 indicadores divididos em sete variáveis: Cuidados de Saúde; Bem-Estar; Finanças; Habitação; Cultura e Engajamento; Educação e Trabalho; e Indicadores Gerais. Com metodologia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o estado traz de forma objetiva os pontos positivos e negativos das cidades avaliadas a fim facilitar ações à promoção da longevidade com qualidade de vida nestas localidades.


“O papel do IDL é (ser) uma ferramenta prática que contribui diretamente para que os gestores públicos desenvolvam políticas que melhorem a qualidade de vida nas cidades. Para que os empresários identifiquem oportunidades de ofertas de produtos e serviços que atendam essa mesma demanda”, explica Henrique Noya, diretor-executivo do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon, entidade responsável pelo levantamento.


Dos dez municípios mais bem colocados na edição 2020 do IDL (veja abaixo), seis são do estado de São Paulo. Com o leve recuo santista no ranking nacional, o topo passa a ser ocupado por São Caetano do Sul, na Grande São Paulo. O município paulista é a melhor cidade para se viver quando o assunto é preparo para a longevidade.


De acordo com a análise, o município destaca-se nas variáveis Bem-estar, Finanças e Habitação. “Embora ocupe o primeiro lugar da lista, um ponto de atenção para a cidade é a alta concentração de renda", explica Henrique Noya, diretor-executivo do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon.


Falta avançar


Segundo o estudo, mais da metade de 876 municípios – lar de 160 milhões de brasileiros – não estão adequados para a longevidade de suas populações. “Essa constatação é importante para o desenvolvimento econômico e social do país, visto que o Brasil está em um processo de envelhecimento acelerado da sua população, o que traz para já a urgência no preparo e na adaptação de todas as nossas cidades para esse desafio”, conclui o levantamento.


Os destaques nas dez grandes cidades mais bem colocadas


1º lugar - São Caetano do Sul (SP)


2º lugar – Santos (SP)


3º lugar - Porto Alegre (RS)


4º lugar - São Paulo (SP)


5º lugar - Florianópolis (SC)


6º lugar - Niterói (RJ)


7º lugar - Rio de Janeiro (RJ)


8º lugar – Atibaia (SP)


9º lugar – Catanduva (SP)


10º lugar – Americana (SP)
 


Os destaques nas dez cidades pequenas mais bem colocadas


1º lugar – Adamantina (SP)


2º lugar – Vinhedo , SP


3º lugar – Lins (SP)


4º lugar - São João da Boa Vista (SP)


5º lugar – Itapira (SP)


6º lugar - Tupã (SP)


7º lugar - Fernandópolis (SP)


8º lugar – Votuporanga (SP)


9º lugar – Dracena (SP)


10º lugar – Esteio (RS)


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