A primeira escola de Santos faz 105 anos

UME Auxiliadora da Instrução fica no Estuário

Por: Tatiane Calixto & Da Redação &  -  12/03/19  -  13:25
Segundo a Polícia Militar, rapaz alegou que traficava em frente a escola há mais de seis meses
Segundo a Polícia Militar, rapaz alegou que traficava em frente a escola há mais de seis meses   Foto: Alexsander Ferraz

Era 1914 e o mundo via explodir a 1ª Guerra Mundial. No Brasil, sob o comando do presidente Venceslau Braz, nasciam o dramaturgo Abdias do Nascimento, criador do Teatro Experimental do Negro, e a mulher que virou escritora contando sua vida na favela: Carolina Maria de Jesus. Em Santos, começavam as atividades do Grupo Escola Municipal Auxiliadora da Instrução, hoje UME Auxiliadora da Instrução, que chega em 2019 ostentando 105 anos.


O jornalista e pesquisador Sergio Willians já dedicou um artigo à unidade, tida como a primeira escola municipal de Santos. Ele lembra, no entanto, que a história da instituição é ainda mais antiga. Nascida como Sociedade Filantrópica Auxiliadora, em 1878, abriu as portas para ensinar gratuitamente a população. Em 1885, instalada na Rua Sete de Setembro, na região central, era a única na Cidade a lecionar para alunos escravos.


A municipalização levou a escola para o bairro do Estuário. E foi ali que criou raízes e multiplicou elos. Um deles, Vera Lúcia Valentes de Matos. Vera é professora de Matemática e Ciências da escola há 30 anos. Como se três décadas de docência na UME Auxiliadora da Instrução não fossem suficientes, ela também foi aluna da escola.


“Minha família toda é daqui do bairro. Eu morei quase minha vida toda aqui no entorno”, conta, já revivendo na memória as brincadeiras no pátio e os professores, “todos muito carinhosos”.


Opção


Quando se formou e ingressou na Prefeitura de Santos, entre as opções de local de trabalho, escolheu a escola que muitos professores nem sabiam que existia. No número 8 da Praça Rubens Ferreira Martins, o colégio divide as atenções do local com a Paróquia São Jorge Mártir.


“Eu vim. Conhecia todo mundo, já tinha um vínculo. E essa escola é assim. Todo mundo tem alguém da família que estudou aqui. Quando cheguei para dar aula, ainda trabalhei com uma das minhas professoras”, relembra.


Hoje, a escola atende pouco mais de 415 estudantes do 1º ao 5º ano. Um deles é a sobrinha de Paulo Augusto Guedes Lombardi. O próprio Paulo foi aluno da UME,  assim como outros parentes.“E ainda tem a minha neta que ano que vem virá para cá”.


Paulo deixou os bancos da unidade, mas não o colégio exatamente. Isso porque ele é Amigo da Escola. Um morador cadastrado para ajudar em pequenos serviços como troca de lâmpada, o conserto de uma torneira ou atividades assim. "Eu gosto de ajudar porque tenho vínculo. Tomei muita bronca aqui",brinca.


Vínculo


A diretora da UME Auxiliadora da Instrução, Lenita Maria Casado Lima Martins, assumiu a unidade no ano do centenário. “Foi quando eu senti o quanto as famílias têm vínculo com a escola. E a gente busca valorizar essa experiência das famílias”, diz, lembrando que a escola terá uma comemoração especial em agosto, oficialmente o mês de inauguração da UME.


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