Apesar do alerta causado aos municípios pelas propostas de reformas tributárias em discussão no Congresso Nacional, o secretário de Finanças de Santos, Maurício Franco, aponta que não existem só desvantagens. Ele apresenta os principais pontos alvos de crítica, assim como o que julga ser interessante.
Entre os benefícios citados por ele, estão: mais facilidade para pagar o imposto - em média, hoje, as empresas gastam quase 1.900 horas para calcular as taxas; a cobrança do tributo no destino, que desonera a cadeia logística dos produtos; fim da guerra fiscal; diminuição da judicialização [processos internos para avaliar como pagar menos]; além do imposto não ser previsto sobre exportações e investimentos.
Como problemas, Franco elencou: perda da gestão e autonomia do ISSQN; não discute o pacto federativo [regras constitucionais que determinam a divisão de responsabilidade entre a União, os estados e os municípios]; imposto impacta mais em quem ganha menos; comitê gestor dos recursos [União responsável pela repartição dos valores]; entre outros.
Medidas
Franco ressalta que, pelo menos desde 2017, o tema é bastaste debatido. No ano passado, ele participou de duas reuniões em Jundiaí, uma para secretários e outra entre prefeitos. Representantes dos 20 municípios com o maior Produto Interno Bruto (PIB) do estado, tirando a Capital, compareceram aos encontros.
As reuniões resultaram em uma carta, que destaca as diversas preocupações e apresenta propostas. "O documento foi entregue ao ministro de Economia, Paulo Guedes, ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia e ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre”.
“Não fazemos isso brigando sozinho. Existem os organismos e canais certos para isso. Estamos fazendo debates e propondo soluções, principalmente para que o município não seja prejudicado”, diz.
Reformas em pauta
Hoje, os textos em discussão em Brasília são a PEC 110/2019, no Senado, e a PEC 45/2019, na Câmara dos Deputados. Essa última, de autoria do deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP), está em estágio mais avançado.
A proposta unifica tributos como IPI, PIS, Cofins, ICMS e ISSQN. Eles seriam substituídos por um Imposto Sobre Bens e Serviços (IBS).
Arrecadação do ISSQN em 2019
Santos | R$ 709.0063.360,48 |
Guarujá | R$ 155.000.000 |
Cubatão | R$ 124.086.033,95 |
Praia Grande | R$ 62.197.084,11 |
São Vicente | R$ 46.562.055,29 |
Bertioga | R$ 18.800.000 |
Itanhaém | R$ 16.010.016,41 |
Peruíbe | R$ 7.000.000 |
Mongaguá | Não informou |
Total | R$ 1.138.718.550,24 |