Representantes da região na Câmara repercutem prisão do ex-presidente Temer

Cumprindo seus primeiros mandatos em Brasília, Rosana Valle (PSB) e Júnior Bozzella (PSL) se pronunciaram a respeito da prisão do emedebista, que ocorreu na quinta-feira (21)

Por: De A Tribuna On-line  -  22/03/19  -  19:10
Deputados federais da região comentaram sobre o projeto
Deputados federais da região comentaram sobre o projeto   Foto: Divulgação

A Força Tarefa da Operação Lava Jato resultou na prisão do ex-presidente da República Michel Temer (MDB), na manhã de quinta-feira (21), em São Paulo. Além do emedebista, o ex-governador do Rio de Janeiro e ex-ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, também foi preso. Representantes da Baixada Santista no Congresso Nacional, Rosana Valle (PSB) e Júnior Bozzella (PSL) comentaram a prisão de Temer e exaltaram a operação.


Em seu primeiro mandato como deputada federal, Rosana Valle demonstrou total apoio à Operação Lava Jato e completou dizendo que, após a prisão de Temer, há a necessidade da criação de um projeto de lei na Câmara dos Deputados que acabe com o foro privilegiado para políticos.


"Com a prisão preventiva do ex-presidente Temer, a Lava Jato mostra, mais uma vez, que o tempo da impunidade passou. Por isso, quero reforçar a necessidade da Câmara dos Deputados votar o projeto de lei que acaba com o foro privilegiado no Brasil. O projeto já foi aprovado no Senado e está parado no Congresso. Se acabarmos com o foro, mais de 50 mil autoridades irão perder esse privilégio. Com isso, poderão ser julgados por eventuais crimes na Justiça comum. Quero reafirmar aqui meu apoio à Operação Lava Jato e ao trabalho da Justiça Federal", disse.


Também cumprindo seu primeiro mandato como parlamentar em Brasília, Júnior Bozzella destacou que já havia feito cobranças em relação ao ex-presidente Michel Temer, em 2017. O parlamentar também ressaltou a atuação da Polícia Federal e da Operação Lava Jato.


“Em 2017, quando cobramos esclarecimentos do ex-presidente, fomos criticados por falar o óbvio. Nossa postura sempre foi clara, tolerância zero com a corrupção! A Polícia Federal segue cumprindo sua missão na Operação Lava Jato, iniciada pelo ministro da Justiça Sérgio Moro, doa a quem doer, porque é assim que deve ser. As investigações estão em curso e apontam para o ex-presidente. Se ele errou, tem que pagar, acabaram os privilégios, o nome disso é Justiça”.


Documento previa endurecer as condições para um condenado obter o perdão da pena
Documento previa endurecer as condições para um condenado obter o perdão da pena   Foto: Fábio Rodrigues/Agência Brasil

Operação Radioatividade


Os mandados de prisão contra Temer e Moreira Franco foram em cumprimento de mandado expedido pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, dentro da Operação Radiotividade, desmembramento da Operação Lava Jato. Segundo Bretas, o ex-presidente "é o líder da organização criminosa".


Temer ficará preso em uma sala especial na Superintendência Regional da Polícia Federal no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pela assessoria do Ministério Público Federal (MPF). Inicialmente, Bretas havia determinado que Temer fosse levado para a Unidade Prisional da Polícia Militar, em Niterói, onde já está preso o ex-governador Luiz Fernando Pezão.


A prisão teria como base a delação de José Antunes Sobrinho, dono da Engevix. O empresário disse à Polícia Federal que pagou R$ 1 milhão em propina, a pedido do coronel João Baptista Lima Filho (amigo íntimo do ex-presidente), do ex-ministro Moreira Franco e com o conhecimento de Michel Temer. A Engevix fechou contrato em um projeto da usina de Angra 3. Além deste inquérito, Temer responde a nove processos.


Michel Temer foi o 37º presidente da República do Brasil. Ele assumiu o cargo em 31 de agosto de 2016, após o impeachment de Dilma Rousseff (PT), e ficou até o fim do mandato, encerrado em dezembro do ano passado. Temer começou a carreira pública nos anos 1960, quando assumiu cargos no governo estadual de São Paulo. No estado, atuou nas funções de secretário da Segurança Pública e procurador-geral. Foi deputado constituinte e, anos depois, eleito deputado federal quatro vezes consecutivas, tendo sido presidente da Câmara em duas oportunidades.


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