Redes de ensino estadual e de três cidades iniciam aulas com mudanças na educação

2020 será um ano de desafio para às escolas Educação Infantil e Ensino Fundamental na Baixada Santista

Por: Tatiane Calixto & Da Redação &  -  20/01/20  -  13:23
  Foto: Raimundo Rosa/Arquivo/AT

O ano letivo de 2020 começa com um desafio às escolas de Educação Infantil e Ensino Fundamental: fazer os novos currículos, formatados conforme a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), chegarem às salas de aula. Três cidades da Baixada Santista – Cubatão, Mongaguá e Santos – e a rede estadual de ensino iniciarão o ano letivo, em fevereiro, com base nesse novo cenário.


São Vicente e Praia Grande já começaram esse processo nos últimos anos.


Para especialistas, as novidades permitirão ao estudante aprender de modo mais prático, dando aos jovens maior autonomia. Desde que a BNCC foi aprovada, em 2017, estados e municípios trabalham para transformar as competências e diretrizes estabelecidas no documento em práticas nas classes.
Em outras três cidades (Guarujá, Itanhaém e Peruíbe), a implantação acontecerá ao longo dos próximos meses. Bertioga não respondeu à Reportagem.


Currículo Paulista


As três cidades que darão a largada no ano letivo com o BNCC em vigor, assim como Praia Grande, Guarujá e Itanhaém, aderiram ao Currículo Paulista. O documento foi construído de forma colaborativa entre Estado e municípios, por meio da Secretaria Estadual de Educação e a União dos Dirigentes Municipais de Ensino (Undime).


O objetivo era deixar claras quais as competências e habilidades essenciais para o desenvolvimento cognitivo, social e emocional dos estudantes, além do documento considerar a formação integral do aluno.


A Prefeitura de Santos aderiu ao documento em agosto de 2019, mas, paralelamente, já trabalhava na construção de uma diretriz própria. Por isso, a nova base apresenta um diferencial: a inclusão de um currículo à Educação de Jovens e Adultos (EJA) e o ensino integral, com habilidades específicas.


“O novo currículo traz uma nova visão em relação às competências e habilidades. Isto fará com que os professores percebam as novas necessidades do aluno. Hoje, esse aluno tem mais autonomia, pesquisa e argumenta. Haverá espaço para isso”, avalia a secretária de Educação de Santos, Cristina Barletta. Desta forma, analisa, a escola será mais atrativa para os estudantes.


Em Mongaguá, os professores receberam treinamento e a grade está adequada, conforme o Município. Já a Secretaria de Educação de Cubatão explica que os educadores tiveram oportunidade de ler e opinar sobre uma versão preliminar do currículo que, agora, passa a ser implementado.


Outra a iniciar 2020 com mudanças, a Secretaria de Educação de São Paulo informa que as alterações não atrapalharão o aprendizado, já que foram elaborados guias de transição entre o currículo vigente até então e o Currículo Paulista.


“Este ano, alunos a partir do 6º ano do Ensino Fundamental terão mais três disciplinas. Tecnologias, uma sobre projeto de vida e uma terceira que ele irá escolher sobre a formação que ele pretende seguir”, explica o dirigente regional de ensino da Diretoria de Santos, João Bosco Arantes Braga Guimarães.


São Vicente e Praia Grande saem na frente


Quando o assunto é BNCC na região, São Vicente e Praia Grande saíram na frente. A primeira optou por atualizar o currículo municipal ao mesmo tempo em que a estruturação da base era discutida. Com isso, já em 2018, as autoridades vicentinas já tinham implantado seu currículo à luz da BNCC.


Desde então, explica a Secretaria de Educação vicentina, o ano letivo é dividido em três trimestres e há a priorização da formação do professor.


Já Praia Grande aderiu ao Currículo Paulista e passou a implementar as ações em 2019. Para a Prefeitura, os professores foram parte fundamental nessa adequação, pois participaram da elaboração por meio de encontros presenciais e durante o horário de trabalho pedagógico.


“Para 2020, a proposta é retomar esses momentos, garantindo o estudo permanente”, disse a Administração, em nota.


Novidades aproximarão escolas e alunos


Segundo a presidente da Undime-SP, Marcia Bernardes, os novos currículos trazem também um novo olhar para a Educação Infantil e Ensino Fundamental. “O estudante terá mais autonomia e irá aprender de forma mais prática. A escola estará mais próxima do dia a dia deles”.


Para tanto, complementa a presidente, as formações de professores não podem ser interrompidas e devem ter sequência. Isso porque Marcia considera que eles são a principal ferramenta para o novo currículo chegar de fato aos estudantes nas salas de aula.


Principais mudanças


Toda a mobilização ocasionada pela BNCC trouxe, por exemplo, a valorização do Ensino Infantil. “Até porque essa etapa não tinha um currículo, apenas diretrizes que norteavam as atividades nas creches”, informa Márcia.


A partir de agora, no entanto, este segmento terá reforçada sua importância como etapa inicial dos estudos, não apenas da questão do cuidar.


“Já no Ensino Fundamental, a principal mudança será o trabalho com a educação socioemocional. Essa é uma necessidade da sociedade e, agora, a escola dará uma base para o cidadão”, opina a presidente da Undime, que também é secretária de Educação de Atibaia (SP).


Todas as redes do País estão implantando novos currículos norteados pela BNCC. Em São Paulo, houve um regime de colaboração para a formatação do Currículo Paulista. Na avaliação de Márcia, o movimento foi um “sucesso”, com a adesão de 621 municípios.


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