Quase 90% das pequenas empresas da Baixada Santista têm queda no faturamento

Segundo o Sebrae, setor mais atingido pela crise foi o de Serviços, onde a diminuição das receitas chegou a 73%

Por: Maurício Martins  -  11/05/20  -  19:55
Com o fechamento obrigatório, comerciantes e prestadores de serviços enfrentam crise
Com o fechamento obrigatório, comerciantes e prestadores de serviços enfrentam crise   Foto: Matheus Tagé/AT

Com a crise causada pela pandemia de coronavírus, 87% das micro e pequenas empresas da região afirmaram que tiveram queda no faturamento mensal. Ou seja, apenas 13% não foram impactadas. O setor mais atingido foi o de Serviços: a diminuição das receitas nessa área chegou à média de 73%. 


O levantamento foi feito pelo Escritório Regional do Sebrae na Baixada Santista, a pedido de A Tribuna. A amostra leva em consideração as empresas cadastradas no banco de dados da entidade, dos setores de Serviços, Indústria, Comércio. Nos últimos dois meses, aproximadamente 40 mil empreendedores procuraram ajuda na instituição, 42% a mais do que o mesmo período de 2019. 


O gerente regional do Sebrae, Marco Aurélio Rosas, explica que no setor de Serviços, os seguimentos mais impactados pela atual crise foram os de turismo e eventos. “Dentro de turismo, podemos estratificar para hotéis, restaurantes, agência de viagens. E quando falamos de eventos, locação de equipamentos, montagem de palcos, shows”. 


A linha é uma iniciativa do Sebrae com as fintechs BizCapital e Nexoos
A linha é uma iniciativa do Sebrae com as fintechs BizCapital e Nexoos

Outra área com muitos prejuízos é a que o Sebrae chama de negócios não essenciais. Por exemplo, o comércio de moda (roupas). “Apesar de a loja poder vender online, pelo WhatsApp, Facebook ou qualquer outra estratégia, as pessoas estão com receio de gastar recursos com produtos não essenciais, porque não sabem até quando essa crise vai durar”, afirma Rosas. 


Estratégias 


Quem quer continuar funcionando, tem procurado apoio para traçar estratégias no mundo digital. São empresários que querem saber como colocar seu serviço ou produto na internet, conseguir maior visibilidade e atração de potenciais clientes.  


Rosas diz que muitos casos têm resultados positivos. Ele cita escolas de dança, além de professores de pilates e ginástica que estão ministrando aulas pela internet para quem está em casa, o que ajuda no faturamento.  


“Muitas empresas de turismo e da área de beleza estão vendendo vouchers neste momento para que a pessoa use no futuro. A pessoa compra agora, paga mais barato e usa quando tudo voltar ao normal. São estratégias que têm ajudado bastante”.  


Segundo o gerente regional, cresceu 58% a procura de cursos do Sebrae pela internet. Já entre os temas mais abordados em consultas estão, pela ordem: crédito (como ter acesso aos empréstimos disponíveis), vendas (estratégias para vender online), finanças (como diminuir custos), renegociação (com bancos, fornecedores etc) e direitos (qual benefício dado pelo Governo pode ser usado). 


A entidade criou um seminário, chamado Enfrente, para abordar esses itens. O atendimento é coletivo, seguindo de consultoria individual. Tudo de maneira remota e gratuita. Informações no site  sebraesp.com.br. Os contatos podem ser feitos pelo telefone 0800-570-0800 e WhatsApp: (13) 99103-6256.  


Levantamento nacional 


Pesquisa feita pelo Sebrae em todo o Brasil, no início de abril, e estratificada por regiões do país mostra como a pandemia trouxe prejuízos aos micro e pequenos empreendedores. Embora não tenha recorte da Baixada Santista, os dados refletem a situação por aqui também, diz Marco Aurélio Rosas. 


>> Veja no infográfico como está a região sudeste 


Os números mostram, por exemplo, que 58% dos pequenos negócios interromperam as atividades temporariamente e 31% mudaram a forma de funcionar. Dos que continuaram, 44% estão fazendo entregas ou vendas online. Quase a metade dos entrevistados, 49,2% disseram estar com dificuldades de encontrar insumos ou matéria-prima para sua empresa. 


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