Protocolo deve combater golpe virtual e diminuir dor de cabeça enfrentada por restaurantes de Santos

Especialistas apontam ‘Convenção de Budapeste’ como instrumento jurídico para coibir crimes online, como pirataria, violação de dados e pornografia infantil

Por: Eduardo Brandão  -  14/09/20  -  12:20
Cuidado ao baixar aplicativos no celular ou computador
Cuidado ao baixar aplicativos no celular ou computador   Foto: AdobeStock

O combate a golpese crimesvirtuais,como os que usaram restaurantessofisticadosde Santospara ‘fisgar’ vítimas, terá um reforçode peso. Isso porque o Brasil finaliza a adesão àa Convenção de Budapeste, que é umarcabouço jurídico internacional para punircrimes cibernéticos.A participação nacional ao acordo depende apenas da palavra final da Câmara dos Deputados.


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Existente desde 2001, o instrumento legalestabelece regrascomuns entre os países nesta área. Contudo, oBrasil só foi convidado a aderir ao acordo no ano passado, após trabalhos coordenados pelo Ministério Público Federal junto a órgãos governamentais e inciativa privada


No final de julho, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) encaminhou ao Congresso Nacional o processo de ratificação legislativa do acordo.Com eventual a adesão,o Brasilfará partedeumcírculo internacional que já inclui 44nações, como os Estados Unidos, Canadá, Chile, Argentina, Colômbia, Perue países membros da União Europeia.


Em webinar nesta semana,aprocuradora da República Fernanda Teixeira Souza Domingos lembrou que o Brasil já avançou muito nos últimos anos, com a criação do Marco Civil da Internet e da Lei Geral de Proteção de Dados. No entanto, elaassegurouque a Convenção de Budapeste é fundamental para a cooperação internacional necessária no combate ao crime cibernético.


Segundo a procuradora, issopossibilita a obtenção de provas digitais, com mais agilidade, nos países onde estão estabelecidas as organizações criminosas. E, assim,torna mais efetiva a possibilidade de punição.“Cada vez mais o cibercrime se utiliza de serviços que estão fora da jurisdição do Brasil. A Convenção agiliza a investigação, que, no ambiente digital, não pode depender de questões burocráticas”, afirmou a procuradora, quecoordena o departamento de combate ao cibercrime no Ministério Público Federal.


Já o executivo daMicrosoft Brasil Aristides Mour,diz que a adesãoàs regras internacionais “gera segurança jurídica, para que possamos trabalhar juntos, coibindo o crime, mas evitando abusos, como a entrega irregular de dados ou atos autoritários dos entes estatais”.


Abordagem dos criminosos levam os usuários a informar dados pessoais
Abordagem dos criminosos levam os usuários a informar dados pessoais   Foto: Reprodução

O golpee como evitar


A técnica usada pelos golpistas é denominadaphishing– usada para ‘fisgar’ dados e informações por meio de uma ‘isca’. Os criminosos digitais costumam clonarperfis de estabelecimentos (como bancos,bandeiras de cartões de crédito, supermercados, restaurantes) e enviammensagensfalsas aosusuários.


Naabordagem, os golpistasoferecem alguma vantagem, como um brinde, desconto em compras ou oferecem produtos com preço bem abaixo do praticado no mercado. Para isso, os criminosos digitais pedem dados pessoais oucódigos de verificação de aplicativos ou redes sociais. Com essas informações, os falsários conseguem “clonar” redes sociais.


A enxurrada de fakenewsnas redes sociais propicia cenários para as ameaças virtuais,alertam especialistas em tecnologia.O professor da Fatec-Baixada Santista, Davi Silvestre Moreira dos Reis, aconselha a não informar qualquer dado pessoal pelo telefone, WhatsApp ou outra rede social.


Ele explica que em hipótese alguma deve ser informadoo código de verificação que chega no celular via sms (mensagem de texto). Isso porque essa sequencia numérica (que pode varia de quatro a oito dígitos) é usado pela pretador do serviço (WhatApp, Facebook, Uber) para certificar a autenticidade do aparelho e do usuário. Esse código é pedido pelos golpistas e, com ele, pode ser clonado o perfil de quem caiu no golpe.


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