Projeto universitário prevê moradia estudantil em Santos

Projeto de aluno de Arquitetura e Urbanismo é composto por uma construção mista voltada a estudantes das faculdades da cidade

Por: Da Redação  -  23/01/20  -  20:50

De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), cerca de 38 mil estudantes estão matriculados em cursos de Ensino SuperioremSantos.O município é um polo universitário, mas ainda carece deestrutura de moradias que possam colaborar com o estudante que se vê obrigado a mudar de cidade para cursar a faculdade.


Essa é a opinião do recém-formado em Arquitetura e Urbanismo Luiz FernandoGamarano, de 37 anos. Por isso, ele desenvolveu o projeto de um prédio de moradia estudantil que tem o objetivo de contribuir com a vida acadêmica dos alunos.


O projeto, que surgiu do trabalho de conclusão de curso deGamaranona Universidade Santa Cecília, foi batizado deMobiSantos Universitário e projeta um prédio sustentável e que facilita a vida dos estudantes, principalmente no que diz respeito à integração social e mobilidade.


“O que percebemos é que nosúltimos anos houve um incentivo grande para que os jovens entrassem na faculdade, inclusive, com programas do próprio governo, como Fies eProuni. Mas, principalmente no caso de quem estuda nas instituições particulares, a questão da moradia não foi pensada, e isso causa impacto nas condições de permanência do aluno no curso”, explica o profissional.


Ele mesmo afirma que sentiu essa questão na pele. Morando em Guarujá e estudando em Santos, decidiu se mudar. Mas, confessa que não foi fácil encaixar um local que permitisse fácil acesso à universidade e coubesse no bolso. “Tenho amigos que tiveram que largar o curso perto do fim por conta dessa questão da moradia”, lembra.


Projeto prevê espaços compartilhados como coworking, biblioteca, academia e comércio
Projeto prevê espaços compartilhados como coworking, biblioteca, academia e comércio

Assim, o projeto prevê uma residência que tenta atender às necessidades intelectuais e de infraestrutura dos universitários. Por isso, o local foi projetado com oito pavimentos com seis unidades habitacionais para quatro pessoas, dividido em duas torres, totalizando 192 vagas.


“Cada um tem dormitórios individuais e banheiro e cozinha compartilhados. Os padrões se assemelham a imóveis que hoje são alugados por R$ 1 mil, R$ 1,5 mil. Ainda que se mantivessem esses preços, o aluguel seria dividido entre quatro estudantes. O que acabaria barateando, mesmo pensando em um local com toda uma infraestrutura apropriada”.


Ele diz isso porque o projeto prevê toda a fachada principal ocupada por ambientes compartilhados, como cozinha, academia, biblioteca e uma espaço de trabalho em estilocoworking. O térreo ainda disponibilizaria espaços para comércios. “Com essa arquitetura, esse espaço da fachada serve, inclusive, como uma proteção acústica, já que os quartos ficam atrás”, detalha. O prédio ainda foi desenhado com placas de energia solar e reservatório para captação da água da chuva.


Gamaranoconta que, apesar de ter iniciado a faculdade de Ciências da Computação, decidiu seguir a paixão que sempre alimentou pela Arquitetura. “Eu cheguei a desenhar a minha antiga casa. Sempre fui inspirado pelo meu pai que era pedreiro. E, agora, meu desejo é que esse projeto saia do papel para ajudar a sociedade”.


Luiz Fernando projetou prédio para universitários
Luiz Fernando projetou prédio para universitários   Foto: Silvio Luiz

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