Prevenção e controle do diabetes são prioridade

No dia escolhido pela ONU para alerta sobre doença, região terá importantes atividades

Por: Sheila Almeida & Da Redação &  -  14/11/19  -  18:14
Idealizadora do grupo Docinhos da Baixada Santista, ela tem diabetes tipo 1
Idealizadora do grupo Docinhos da Baixada Santista, ela tem diabetes tipo 1   Foto: Alexsander Ferraz/ AT

Nesta quinta-feira (14) é comemorado o Dia Mundial do Diabetes, data que a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu para alertar sobre a necessidade de ampliação de ações preventivas e controle da doença, que só na Baixada Santista atinge mais de 70 mil pessoas em cinco cidades – Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Santos e São Vicente. 


Algumas ações foram relizadas no 4º encontro do grupo Docinhos da Baixada Santista, na Praça Mauá, no Centro de Santos.  


Segundo os médicos, a maior preocupação é que a doença tem aumentado entre os mais jovens, por conta da obesidade e sedentarismo. E o temor só aumenta pelo fato dela dar sintomas tardiamente. 


O que é 


O diabetes é causado pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que regula os níveis de açúcar no sangue e garante energia para o funcionamento do organismo.  


Existem dois tipos. O 1, segundo o médico Fábio de Freitas Guimarães Guerra, presidente da Regional Santos da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), é mais raro e aparece em até 10% dos doentes. 


“O tipo 1 geralmente aparece na infância e não é reflexo da alimentação da criança. Já o tipo 2 costuma surgir depois dos 30 anos, por alimentação errada, obesidade e sedentarismo. Cada vez mais estamos vendo casos de jovens com esse segundo tipo”. 


Alerta 


Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 10% dos brasileiros têm diabetes. Há acesso gratuito ao tratamento na rede pública, mas a obesidade tem aumentado a incidência. 


Segundo o médico Roberto Debski, ficar sem tratamento pode lesionar células e nervos, causar danos vasculares e arteriais e desencadear doenças.  


“Como insuficiência renal, cardiopatias e infarto do miocárdio, falta de circulação e neuropatia com gangrena nos dedos dos pés, lesões vasculares nos olhos e muito mais”. 


Para se proteger, é preciso ter uma vida saudável, praticar atividades físicas regularmente e manter o peso com uma boa alimentação, além de fazer exames anualmente. “Quanto mais brevemente se controla o diabetes, melhor será a evolução do paciente, com menores complicações crônicas”, explica Andressa Heimbecher, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP). 


Rotina regrada 


A estudante Amanda Sardinha Santana, de 18 anos, é idealizadora do grupo Docinhos da Baixada Santista. Ela tem diabetes tipo 1, descoberta aos 4 anos de idade. Amanda não leva o problema como um fardo, pois aprendeu a levar uma vida regrada. Conta que nunca teve vergonha das várias medições de glicemia por dia e que, a cada alimentação, faz a contagem de nutrientes. Acostumada, não consegue entender porque tanto adulto não se cuida, mesmo após descobrir diabetes tipo 2. Por isso pensou no evento apoiado pela Prefeitura para conscientizar a sociedade. “Nós precisamos de mais campanhas sobre prevenção, pois as pessoas não se preocupam até adquirirem a doença ou chegarem num estado crítico. O diabetes tipo 2 pode ser evitado”. 


Ações na baixada 


Guarujá: Unidade de Especialidades Docinhos faz acompanhamento médico, dá aulas de culinária e reeducação alimentar. Fica na Av. Manoel da Cruz Michael, 333, Santa Rosa. Detalhes pelo (13) 3383-2025. 


Santos: nesta quinta-feira (14) das 10 às 14h, na Praça Mauá, encontro do grupo Docinhos, com exames. Às 11h, conversa com a médica Karen Kiss Henke. Nas policlínicas, exames na Nova Cintra (Rua José Ozéas Barbosa, s/nº), das 9 às 16h; Bom Retiro (Rua João Fracarolli, s/nº), das 9 às 14h; Gonzaga (Rua Assis Correa, 17), das 8 às 12h; e Vila Nova (Praça Iguatemi Martins, 36), das 13 às 16h.  


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