Prefeitos tomam posse nesta sexta-feira na Baixada Santista

Eleitos ou reeleitos, eles serão responsáveis pelas políticas públicas implantadas na região nos próximos quatro anos

Por: Maurício Martins  -  01/01/21  -  09:30
Os dados fazem parte de levantamento do TCE-SP relativo ao 3º bimestre de 2019
Os dados fazem parte de levantamento do TCE-SP relativo ao 3º bimestre de 2019   Foto: Reprodução

Em quatrocidades daBaixada Santista, novos prefeitos assumem os mandatosa partir desta sexta-feira (1):em Santos, São Vicente, Praia Grande e Itanhaém. Nas outras cinco, os gestores foram reeleitos e continuarão à frente das prefeituras(Cubatão, Guarujá, Bertioga, Peruíbe e Mongaguá). Todos iniciam um ano atípico,com um forte impacto causado pelapandemiaem todos os setores – e fortemente sentido na economia.


“A criação de empregos será o maior desafio. As pessoas precisam estar empregadas, gerando renda para a regiãoe aumentando a arrecadação que caiu bastante na pandemia. A região é turística e não acredito que estará em baixa no verão.Muitas pessoas vão preferir viajar para o litoral”, afirma aeconomista KarlaSimionato.


O cientista político Alcindo Gonçalves afirma que 2021 será difícil para os prefeitos por causa dos efeitos da pandemia. Ele acredita que falta uma visão mais social os gestores, com propostas concretas para saúde, educação e assistência social, áreas muito impactadas atualmente.


“Há um discurso de gestão, de parcerias público-privadas (PPPs). Isso é importante, mas é preciso ter prioridades. Não adianta ter contrapartidas de empresas e destinar os recursos para áreas que não são prioritárias. Sinto falta de um projeto abrangente de futuro e outro imediato, frente à crise social que estamos vivendo”.


Para o professor universitário Rafael Alves Pedrosa, especialista em planejamento urbano, a situação é mais difícil para quem assume pela primeiravez. “Precisarão lidar comos desafios que cada município possui,em um cenário de escassez de recursos e receitas em queda em razão da pandemia e seus impactos no turismo.Além disso, tivemoso menor período de transição(de governos)da história,em razão do adiamento das eleições”.


Para Pedrosa, além da pandemia, odesafioos administradores será o desenvolvimento mais harmônico entre as nove cidades. “Especialmente com questões de saúde, habitação e mobilidade urbana,que hoje encontram-se mais desenvolvidasemSantos,gerando um descompasso com as demais cidades”.


O sociólogo e cientista político André Rocha Santos acredita que ocusto da pandemia será alto para os prefeitos, especialmente na educação. Quanto aos desafios, ele acredita que são os mesmos de1996 quandofoi criada aRegião Metropolitana da Baixada Santista.


“A questão viária, a habilitação e a saúde.Apenas para ficarmos comdoisexemplos na questão viária, temos o corredor Praia Grande - São Vicente–Santos,que precisa ter um fluxo melhor,e o acesso entre Santos e Guarujá, já que a tão falada ponte requer muitas desapropriações e tem um custo muito alto”, diz o sociólogo.


Grandes projetos


Além das questões de acesso e fluxo, que demandam projetos estruturais, outro que merece atenção especial é a segurança pública, opina André Santos. “Um sistema integrado de segurança pública é necessário, pois na região a criminalidade tem caráter metropolitano, mas o seu enfrentamento tem caráter apenas municipal, com iniciativas interessantes principalmente em Santos e Praia Grande”.


Rafael Pedrosa acredita que projetar a Baixada Santista a um ciclo de desenvolvimento sustentável passa por investimento em infraestrutura viária que aumente a mobilidade urbana e consequentemente uma maior circulação de riqueza entre as cidades de forma mais democrática. "Um planejamento urbano com todas as delimitações colocadas de forma clara,que permitamàs cidades se estruturarem e corrigir seus gargalos”.


Santos como polo


Opapel de Santos e do seu gestor nesse novo ciclo que a região entra é fundamental paraoque a Baixada Santista será nos próximos anos, diz Pedrosa.“A Cidade precisa estaràfrente do processo de desenvolvimento da região. Ocrescimento das cidades de entorno valoriza o crescimento de Santos e impulsiona a região a um novo patamar”.


André Santostambém acredita numpapelde liderança doprefeito de Santos. “Como articulador e negociador,deve ter o espírito público de buscar as melhores soluções para os problemas comuns que afetam a população. Como mediador,deve equilibrar tensões, principalmente por conta da pandemia e da vacinação que não sabemos ao certo como se dará”.


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