Prefeitos da Baixada Santista estudam medidas para comércio trabalhar por seis horas

Nova regra anunciada pelo Estado para a Fase Laranja do Plano São Paulo permite a abertura de lojas pelo período de seis horas, quatro dias por semana, a partir da semana que vem

Por: Maurício Martins & Ronaldo Abreu Vaio &  -  03/07/20  -  11:25
Hoje lojas só podem funcionar por quatro horas seguidas
Hoje lojas só podem funcionar por quatro horas seguidas   Foto: Matheus Tagé/AT

A maioria dos prefeitos da Baixada Santista pretende debater com o setor a implantação ou não da nova regra anunciada pelo Estado para a Fase Laranja do Plano São Paulo, na qual a região está enquadrada. Ela permite a abertura das lojas pelo período de 6 horas, quatro dias por semana, a partir da semana que vem. Hoje o Comércio pode funcionar por quatro horas, de segunda à sábado. 


A secretária estadual de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, disse que a medida foi adotada “para que isso viabilize um melhor funcionamento do comércio, também garantindo a segurança pelo aspecto da saúde”.  


O secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, afirmou que a mudança foi um pedido de prefeitos do Estado. “Os municípios vão ter a opção de funcionar todos os dias durante 4 horas ou funcionar quatro dias úteis, por 6 horas”, disse Vinholi. O Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo foi consultado e aprovou a alteração. 


Os secretários informaram que os protolocos que delimitam as atuações dos diversos setores da economia durante a abertura serão reavaliados e terão mudanças a partir da próxima semana. "Com a pandemia, muitos negócios se reinventaram, e tem modelos que estão sendo trabalhados que têm um olhar de risco de saúde diferenciado", disse Patrícia. 


Prefeituras 


O prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), lembra que o decreto municipal suspenso pela Justiça previa a abertura por seis horas. “Entendemos que não tinha sentido estabelecer esse horário mais enxuto. Esse período maior é mais viável, tanto no comércio, quanto no transporte, que evita aglomeração. Vamos retomar essa discussão”. 


O prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão (PSDB), acredita que o funcionamento de seis horas diárias permitiria um fluxo mais espaçado de pessoas. “Quanto menos tempo as pessoas têm para ir ao local, maior concentração de pessoas. Vamos analisar as novas diretrizes”.  


De acordo com o prefeito de Gaurujá Válter Suman (PSB), a mudança anunciada pelo Estado deverá ser discutida na Cidade. “Já estamos estudando a viabilidade dessa mudança, através do nosso Comitê Econômico Municipal, pois devemos nos reunir para discussão com as entidades representativas do comércio”.   


A Prefeitura de Cubatão informa, em nota, que estuda de forma técnica a adoção das medidas orientadas pelo Estado sobre as modificações nos dias e horários de atendimento do comércio e deve decidir nos próximos dias. 


São Vicente, não irá aderir ao horário alternativo proposto. O secretário de Comércio, Indústria e Negócios Portuários (Secinp), Paulo Roberto Bonavides, ressalta que os comerciantes optaram por atender o público todos os dias, ao invés de trabalhar somente quatro vezes por semana.  


Mongaguá e Itanhaém também avaliam a nova medida. “Todas as ações que busquem o equilíbrio da atividade econômica com a saúde devem ser implantadas”, diz o prefeito de Itanhaém, Marco Aurélio Gomes (PSDB). Peruíbe e Bertioga não se manifestaram.  


Cautela 


Para o médico infectologista Evaldo Stanislau, estamos “andando num cristal de gelo” e “qualquer movimento pode ter consequências drásticas”. “A queda da adesão ao isolamento vem ocorrendo há tempos. Nessas últimas semanas, isso foi somado à flexibilização. O impacto ainda não se fez sentir”.  


Segundo Stanislau, hoje, com queda nos casos e mortes diárias, há condições para essa abertura. Porém, é preciso aguardar o que vai acontecer e investir maciçamente em diagnóstico rápido e capacidade de contenção. 


Para o especialista é provável que a população da região tenha uma imunidade maior do que se consegue medir. Ele acredita que está começando a se cristalizar a imunidade de rebanho, quando boa parte da população já entrou em contato e tem anticorpos. “Isso não é mérito, mas fruto da bagunça que foi o combate à covid-19 no Brasil”.  (Com informações do Estadão Contéudo). 


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