Preço do tomate salta e preocupa consumidores

Em Santos, de um mês para outro, preço mínimo do produto aumentou quase quatro vezes

Por: Sheila Almeida & Da Redação &  -  24/04/19  -  00:51
Em Santos, A Tribuna encontrou de R$ 8,79 e 24,99 o quilo
Em Santos, A Tribuna encontrou de R$ 8,79 e 24,99 o quilo   Foto: Carlos Nogueira

Quem não quer sentir no bolso o dissabor da alta do tomate terá de trocar o ingrediente do cardápio, pelo menos por enquanto. Em Santos, de um mês para outro, o preço mínimo do produto saltou quase quatro vezes. O problema, porém, é nacional.


O Diário Oficial do município publica semanalmente o valor da cesta básica. Na edição de segunda-feira (22), os preços iam de R$ 8,99 a R$ 10,98 o quilo. Um mês antes, em 19 de março, o mínimo registrado foi de R$ 2,45, e o máximo, de R$ 3,99. Considerada só a variação do menor preço no período, a alta foi de 266%.


Mais: ainda em Santos, a Reportagem encontrou preços entre R$ 8,79 e 24,99 o quilo, dependendo de tipo, qualidade e local de venda.


Em nível estadual, o produto teve a maior alta de preços da história (32,1% de fevereiro a março), e a tendência é de que continue subindo neste mês.


A análise de hortaliças do último Boletim Hortigranjeiro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostra que, no Ceagesp – que abastece o Estado de São Paulo –, o tomate subiu 32,1% de fevereiro a março. Houve alta todas as Centrais de Abastecimento (Ceasas). A maior, em Goiânia (GO): 88,6%.


O clima


O motivo, de acordo com especialistas, foi o fator climático. Além das últimas chuvas, o calor entre dezembro e janeiro em algumas regiões produtoras do Estado de São Paulo e do país fez muitos frutos amadurecerem e terem que ser vendidas antes, causando prejuízos aos produtores e assim, diminuindo o investimento em novos plantios. Outro motivo foi uma doença bacteriana em algumas lavouras paulistas que já causou perda de cerca de 30% da safra.


Com menos frutos, mudas amareladas, fracas e sem um produto químico para combater a doença quando já instalada, há menos quantidade e menos qualidade. Com a mesma demanda, o preço dispara.


Quem explica é a gerente de Modernização do Mercado Hortigranjeiro da Conab, Joyce Rocha Fraga.


“A performance dos preços elevados em março é consequência direta das menores quantidades ofertadas do fruto aos mercados, uma vez que as condições climáticas não favoreceram o desenvolvimento nas lavouras”, contou.


Ainda não é possível saber o tamanho do estrago das chuvas e das pragas, mas para especialistas, com a melhora do clima os preços devem voltar ao normal. Só não é possível saber a partir de quando. Por isso a dona de casa santista Letícia Gil, de 21 anos, deu seu jeito para não deixar os filhos sem salada em casa.


“Eu só compro o necessário, só se eu preciso mesmo, ou quando dá vontade, pego um ou dois”, explica ela. A dona do mercado Baratão, no Marapé, Isaura Ribeiro Cossu, explica que não é culpa do comércio.


“A gente não quer repassar aumento. Não subimos por conta da Páscoa. Tanto que o preço já vinha alto. Então, o consumidor que puder esperar, vai economizar mesmo. Logo deve voltar ao normal”, aponta.


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