Preço da cesta básica em Santos cresce 14% durante pandemia

Pesquisa mostra que valor médio foi de R$ 436,05 para 498,08 nos últimos seis meses

Por: Maurício Martins  -  12/09/20  -  09:19
Tomate foi o vilão da cesta em agosto, mas arroz continua aumentando
Tomate foi o vilão da cesta em agosto, mas arroz continua aumentando   Foto: Matheus Tagé/AT

O preçomédiocesta básica em Santosacumulaum crescimento de 14,2% nos últimos seis meses.Em março, no período anterior ao decreto de quarentena,valor da cesta era de R$436,05.Passou a R$ 498,08 em agosto, que registrou alta de 5,2% em relação ao apurado em julho (R$473,25).


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Os números fazem parteboletim mensal divulgado nesta sexta-feira (11) pelo Laboratório Econômico Social (Labores) da Universidade Católica de Santos (UniSantos).Entre 1 e 31 de agosto, foram consultados os preços dos produtos de consumo básico em sites deseis redes desupermercados de Santos.


“Esse aumentoacumuladoé complicado, porque a maior parte das pessoas está perdendo recursos, fazendo acordo para reduzir salários.Uma pressão de preços nesse nível, é deixar essa população sem alternativa de fazer compras on-line", diz aprofessora Dalva MendesFernandes, economista responsável pela pesquisa,


A altade agostofoi puxada pelo tomate, cujo preçocresceu23,5%, seguidoda banana nanica: 16,9% de aumento.O arrozbranco, que tem assustado pelo preço nos últimos dias,subiu5,1%.Porém,alta deve ficar mais evidente em setembro.


“Em relação ao arroz, o aumento já vinha acontecendo. De junho para julho, foide 8,7%, e na primeira semana que já pesquisamos em setembro, esse aumento é bem definido.A alta do dólar é fator para elevar o preço do produto.E nossa população não tem muita habilidade de troca no consumo do arroz”, afirma Dalva.


Segundoaprofessora, o leite também vem pesando na cesta básica. Nomês passado, o preço aumentou 4,6%. “Em um país em que morrem milhares de crianças por desnutrição, qual a alternativa das pessoas que estão sem recursos? É botar água no leite”, ressalta.


Apenas quatroprodutos tiveram queda nos preçosno mês passado:margarina (-12,5%), açúcar refinado (-7,3%),batata (-2,9%) e pão francês (-0,5%).


Em relação ao salário


A cesta básica na Cidade comprometehoje42,8%do salário-mínimo mensal do Estado de São Paulo, que é deR$1.163,55(menor faixa das três disponíveis). Com base nesse valor, o Labores apurou que seriam necessárias94,2horas de trabalho (de uma jornada mensal de 220 horas) para adquirir os 13 itens básicos que compõe essa cesta, projetada para uma pessoa sobreviver durante um mês.Antes da quarentena,a cesta comprometia 37,5%do salário-mínimo e82,4horas de trabalho.


Brasil


O preço da cesta básica aumentou, no mêsde agosto, em 13 das 17 capitais do País pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), na comparação com julho.


Entre as capitais analisadas, a cesta básica mais cara foi a de São Paulo, onde o preço médio ficou em R$ 539,95. Na Capital,houve alta de 2,9% na comparação com julho. No ano de 2020, o preço do conjunto de alimentos aumentou 6,6%. Na Cidade,o valor da cesta corresponde a 55,86% do salário-mínimo.


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