Projeto de redução do número de vereadores não avança na Câmara de Praia Grande

Em uma sessão marcada por confusão, oprojeto de emenda à Lei Orgânica do Município para que, a partir de 2021, o número de vereadores baixasse de 19 para 15, não prosperou na Câmara de Praia Grande.

No começo, tudo estava bem na sessão desta terça-feira (11) do Legislativo praiagrandense. O texto que tratava da redução já havia sido aprovado em primeira discussão. Lido o resumo do que seria novamente votado, o presidente, Ednaldo dos Santos Passos, o Reco (SD), pediu, ao microfone: “Senhores vereadores, registrem seus votos”. Em um minuto e dez segundos, em um silêncio cortado pelos sinais sonoros que indicavam o registro de cada voto no painel eletrônico do plenário, o resultado: aprovado o projeto, por 15 votos a dois.

Votou-se, também, o item final da ordem do dia. Até que, dois minutos depois de a proposta anterior – a da redução – ter sido aprovada, alguém bradou: “Tem alguma coisa errada!”. Vozes dispersas alegavam que teria havido inversão da pauta. “Foram enganados os vereadores!”, disse Janaína Ballaris (PT). Tumulto.

Sob gritaria, passaram-se cinco minutos para que se decidisse votar de novo o projeto, não sem uma bronca de Reco: “Se não prestaram atenção no que votaram, não é culpa da Casa”. De fato, ainda na véspera, a Reportagem registrou que o projeto da redução era o primeiro. E tudo recomeçou.

Vereadores se inscreveram para defender ou criticar o projeto na tribuna. Contrário, Marco Antônio de Sousa (PMN) alegou que Praia Grande “é a cidade que mais cresce” e não se consegue “estar em todos os lugares ao mesmo tempo”. Favorável, Eduardo Jardim, o Edu Sangue Bom (MDB), ouviu da galeria: “Não manche seu nome!”. Respondeu: “Bem falado. Por isso, votarei a favor [do projeto]”.

O vereador Natanael Vieira de Oliveira (PRP), que havia votado sim ao projeto uma semana antes, mudou de posição. Disse ter conversado com pré-candidatos e concluído que, “se é para impedir o pessoal de ter sua chance [com menos cadeiras], longe de mim”.

Ao som de gritos de “não!”, “não!”, o projeto teve maioria favorável (dez). Mas, como exigia ao menos 12 votos (dois terços da Casa) para aprovação, caiu. Houve cinco contrários, e três não votaram – Oliveira, Leandro Avelino (PSB) e Janaína, que alegou “atendimento de emergência” para não votar nas duas vezes.

Assim, em 2021, o número de vereadores subirá de 19 para 21, continuando-se com três assessores para cada. Das galerias, brados de “o povo, unido, jamais será vencido” e o Hino Nacional em alta voz.