Para liberar mais atividades, Mourão defende dividir Baixada Santista em três microrregiões

Modelo é similar ao adotado desde sexta-feira (29) na Grande São Paulo; prefeito de Praia Grande diz que revisão elevaria o litoral Sul para o nível 3, um acima da revisão aguardada para a próxima semana

Por: Eduardo Brandão  -  31/05/20  -  17:00
Carnês do IPTU serão distribuídos em Praia Grande nas próximas semanas
Carnês do IPTU serão distribuídos em Praia Grande nas próximas semanas   Foto: Divulgação/PMPG

O prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão (PSDB), defende o fim da classificação unificada para os nove municípios regionais pelos critérios de flexibilização da quarentena no Estado. Para ele, a Baixada Santista poderia ser reorganizada em três microrregiões, levando em conta a relação entre as cidades, número de casos confirmados de Covid-19 e oferta de leito.  


Desta forma, as cidades do litoral Sul – Peruíbe a Praia Grande – subiriam mais uma posição entre os critérios do Palácio dos Bandeirantes para reativação da economia, afetada pela escalada de casos confirmados e mortes pelo novo coronavírus. Conforme o entendimento de Mourão, essas localidades estariam na fase três, dentre as cinco faixas de restrição modulares do Plano São Paulo, apresentado pelo governador João Dória (PSDB), na quinta-feira (28). 


“O decreto estadual (que estabeleceu os parâmetros de quarentena) tira a autonomia dos municípios de legislar sobre as atividades de seu municípios. Vamos aguardar o decreto (do Estado) para verificar o que será permitido em Praia Grande. Mas defende a divisão por áreas similares”, afirma Mourão. O modelo defendido pelo chefe do Executivo praia-grandense é parecido ao adotado desde sexta-feira (29) na Grande São Paulo.  


Aquela região metropolitana foi fatiada em cinco grupos (mais a Capital, que teve classificação distinta) para futuras análises de flexibilização da quarentena nos municípios. Doria frisou, na ocasião, que a reorganização não alterou nível de flexibilização da quarentena para essas localidades. A decisão atendeu parcialmente um pedido feito pelos prefeitos das cidades da Grande São Paulo, após reuniões no Palácio dos Bandeirantes.  


Mourão espera que o mesmo critério adotado na Grande São Paulo seja replicado na Baixada Santista. Cita para isso a alta concentração populacional nas cidades centrais da região e organização da rede de saúde (como distribuição de leitos e dependência de municípios próximos às estruturas de vizinhos). Esses foram os argumentos apresentados pelos gestores da região metropolitana ao redor da Capital. 


Pressão política similar a esse também ocorreu entre os mandatários da Baixada Santista, que na sexta-feira (29) conseguiram  convencer os técnicos estadual para revisar a classificação de flexibilização da quarentena. O deputado estadual Paulo Correia Jr (DEM) recorda que a Baixada Santista segue classificada na zona vermelha, com previsão de afrouxamento do isolamento social ainda indefinida.


Até terça-feira (2), a expectativa dos prefeitos locais é que um decreto do Palácio dos Bandeirantes eleve a região da fase1 (vermelha, apenas com liberação de serviços essenciais) para a 2 (laranja). Com isso, atividades como escritórios, imobiliárias, shoppings e o comércio de rua poderão reabrir com rígidas regras de restrições de acesso e de higienização.


Mourão entende que a evolução dos casos na Baixada Santista ocorre de forma  distinta entre as cidades. Segundo ele, o trecho entre Praia Grande e Peruíbe não tem o registro de uma escalada brusca nas curvas epidemiológicas. “Os dados de Praia Grande praticamente melhoraram a média da Baixada Santista, o que possibilitou a revisão do Estado”, afirma 


Com base ao número de leitos vagos nas redes públicas e privadas dessas cidades, Mourão avalia poderiam ser classificadas na fase 3 (amarela). Assim, além do comércio e segmentos econômicos, bares, restaurantes e salão de beleza poderiam funcionar, com critérios de higienização e isolamento social. 


A divisão intermediária que permite uma maior flexibilização pode ser acionada quando a ocupação hospitalar estiver abaixo dos 60%. Na fase dois, na qual toda a região pode ser reclassificada na próxima semana, essa taxa deve oscilar até o teto de 80%. É justamente essa que a Baixada Santista espera ser reclassificada. Por ora, segue mantida a fase vermelha, na qual é vedada a reabertura do comércio. 


Demais áreas 


A reorganização pleiteada por Mourão embarca São Vicente, Santos, Cubatão e Guarujá num segundo grupo. Influenciadas pelo Porto e Polo industrial cubatenses, essas localidades teriam “um fluxo econômico e social mais similares”, avalia ele. Pelas características geográficas, Bertioga ficaria mais aproximada de Mogi das Cruzes (Grande São Paulo) e litoral Norte. 


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