"O Irmã Dulce terá 100 leitos a mais. É praticamente um novo hospital na região", diz prefeito de PG

Em entrevista para A Tribuna, Alberto Mourão (PSDB), prefeito de Praia Grande, destaca pontos positivos de seu quinto mandato

Por: Sandro Thadeu & Da Redação &  -  31/12/19  -  10:19
"O Complexo Andaraguá representa, seguramente, uma Guarulhos para a Baixada Santista", diz prefeito   Foto: Alexsander Ferraz/AT

O prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão (PSDB), terminará neste ano o quinto mandato – o segundo consecutivo. Para o próximo ano, ele destaca que o Hospital Municipal Irmã Dulce ganhará 100 leitos para melhorar o atendimento dos pacientes da Cidade e da Baixada Santista. O tucano ainda aponta que vagas de creche serão criadas em 2020 e fala com entusiasmo dos novos empreendimentos a serem instalados em Praia Grande, gerando mais empregos à população.


Confira abaixo a entrevista na íntegra:


A Tribuna - Quais obras devem ser entregues? Quais delas o senhor considera a mais importante?


Alberto Mourão -Temos uma porção de obras em andamento. São mais de 70, sendo 54 delas apenas na área da Educação. São reformas, ampliações e adaptações de várias unidades. É difícil destacar uma obra como a mais importante. Posso dizer que estamos investindo muito na área da saúde e estamos ampliando o nosso hospital. O Irmã Dulce terá 100 leitos a mais. É praticamente um novo hospital na Baixada Santista. É uma grande realização regional. Com isso, o hospital aumentará a complexidade ao oferecer o serviço de hemodinâmica, com leitos de UTI cardiológica, e 40 leitos da RUE (Rede de Urgência e Emergência), que são de retaguarda. Queremos oferecer o serviço de trauma infantil e ter o ambulatório de trauma pós-cirúrgico.



AT - Esses leitos estarão à disposição dos pacientes a partir de quando?
AM - Eles estarão disponíveis gradativamente. Esperamos entregar os primeiros dessa primeira fase até maio. A região tem uma grande demanda por esse tipo de leito (cardiológico). A referência para a região é o Hospital Guilherme Álvaro. Eu defendo a abertura de um novo centro e a ampliar o atendimento oncológico no HGA, com a ampliação das equipes para atender diversas especialidades.



AT -Como será o financiamento desses leitos?
AM -Estamos pedindo uma parceria com o Governo do Estado. Sugerimos uma parceria porque não dá para bancar uma despesa regional sozinhos. A ideia é que o Estado financie 60%, enquanto o restante ficaria sob a responsabilidade do Município. Já fizemos uma reunião com esse pedido e estamos aguardando uma resposta. O investimento, que está em andamento, é 100% da Prefeitura. Estamos fazendo a ampliação de mais duas unidades básicas de saúde e a ampliação de mais uma, assim como a ampliação do número de (médicos) residentes. A partir de janeiro de 2021, teremos 60 residentes na Cidade.



AT -No início do ano, o senhor disse que o AME (Ambulatório Médico de Especialidades) de Praia Grande ainda era subutilizado. A situação mudou de lá pra cá?
AM -Não. Ele precisa ampliar os atendimentos. Tivemos cerca de 20 mil procedimentos durante o ano e 1,5 milhão de exames e consultas feitas em Praia Grande. Isso é muito pouco para um prédio de R$ 30 milhões construído pela Prefeitura. Estamos conseguindo diminuir a nossa fila de exames porque estamos encontrando outras saídas, como o convênio que fizemos com a Santa Casa de Santos. Já fizemos 900 cirurgias lá e temos outras 600 agendadas para janeiro e fevereiro. A gente conseguiu reduzir drasticamente a fila. Acho que a gente consegue atender até 80% até março.


AT -Para o próximo ano, há algum concurso agendado ou melhorias programados para os servidores?
AM -Sempre temos concursos para médicos e dentistas. Sempre temos concursos para a Saúde e da Educação. Precisamos de novos agentes administrativos. Quanto ao plano de carreira, temos uma limitação fiscal. Temos vontade de fazer algumas coisas. Não posso falar os cargos para não criar uma expectativa, mas estamos trabalhando nisso.



AT -Quais investimentos o senhor destacaria na área da Educação?
AM -Vamos criar cerca de 2.200 vagas de creche até o final de 2020. Temos hoje 800 vagas disponíveis, mas 600 em aberto. Estamos ampliando a partir dessa demanda. Nem sempre onde há vaga é onde a família quer. Isso é complexo. Sempre teremos problemas com isso. Estamos fazendo algumas adaptações nos imóveis para ampliar as vagas em alguns locais para atender a demanda.

AT -O senhor acredita que o Complexo Andaraguá (condomínio logístico com aeroporto, hangares e lotes a serem alugados para empresas movimentarem cargas) iniciará as obras nos próximos anos, gerando empregos na Cidade?
AM -O resultado da geração de empregos neste ano não foi ruim em Praia Grande. A gente não teve grandes reduções e conseguimos manter o equilíbrio. Poderíamos estar melhor, se as obras de lá tivessem começado. Teríamos 2 mil empregos a mais. O Andaraguá representa uma possibilidade de geração de empregos continuada. É um complexo que sempre vai estar sendo ampliado. Não será instalado de uma vez só. O Andaraguá representa, seguramente, uma Guarulhos para a Baixada Santista. Ao longo de 15, 20 anos, serão gerados 25 mil, 30 mil empregos. A expectativa do empreendedor é iniciar as atividades no primeiro semestre de 2020.

AT -E há outras oportunidades de emprego surgindo?
AM -A curto prazo, em fevereiro, será aberto o Hospital Casa de Saúde, que terá 100 leitos e vai gerar 500, 600 postos de trabalho ou mais. Há também o Hospital Igesp, do Grupo Trasmontano, no Bairro Guilhermina, que vai gerar cerca de 4.500 empregos diretos e indiretos quando ficar pronto em 2021. As obras já começaram e se estão contratando funcionários para a construção. As obras do novo shopping (do Grupo Mendes) começam em 2020 e devem gerar cerca de 3 mil empregos. O Litoral Plaza Shopping será expandido e passará a ser o shopping com a segunda maior ABL (área bruta locável) do País. Novas empresas de pequeno porte também estão se instalando na Cidade.

AT -Na entrevista do início do ano, o senhor disse esperar que fosse mais respeitado pelo Governo do Estado nos últimos dois anos de mandato, por causa das demandas do Município. O senhor se sente contemplado com um ano de gestão do governador João Doria (PSDB)?
AM -Acho que a gente conseguiu avançar nas conversas relacionadas à segurança. Queremos a parceria dele para equacionar a questão da saúde de duas prioridades da região, a hemodinâmica e o trauma infantil, além de viabilizar o ambulatório de trauma pós-cirúrgico. Não dá para a gente instalar isso e pagar a conta sozinhos. Já estamos fazendo o prédio e equipando. Fizemos um plano de expansão de acordo com as demandas da região.

AT -Houve avanços no que diz respeito ao BRT (Bus Rapid Transit, em inglês, ou ônibus de trânsito rápido, em livre tradução)?
AM -Nesse ponto nós não avançamos, e a cada dia novos problemas são criados. Tenho preocupação porque qualquer medida nesse sentido e todos os procedimentos administrativos são demorados. Pretendo fazer uma reunião no começo de janeiro para cobrar da Secretaria de Estado de Transportes Metropolitanos novamente. Ficaram de mandar uma equipe para conversar conosco sobre este assunto, mas isso não aconteceu.



AT -Quais melhorias estão programadas para a área da Segurança?
AM -A Guarda Municipal foi reforçada com mais 80 homens neste mês e agora todos eles são armados. Elas (armas) serão entregues na próxima semana, regulamentando por lei. Vamos entregar mais 15 viaturas e estamos fazendo o investimento de mais 600 câmeras que estão sendo instaladas na orla marítima. Teremos uma a cada 60 metros. Para 2020, dei a ordem para mapear os locais onde os indicadores da criminalidade ainda não estão bons e identificar os pontos que precisam de mais câmeras. Estimo que poderemos implantar mais 1 mil câmeras.


*Na edição desta quarta-feira (1º) leia entrevista com o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), a oitava da série com os chefes do executivo da região.


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