Mulher chama passageiro de 'crioulo da senzala fedido' e acaba presa em Praia Grande; VÍDEO

Cena aconteceu dentro de um ônibus municipal no último sábado (10). Passageira foi detida por injúria racial

Por: Cássio Lyra  -  12/04/21  -  09:34

'Como eu detesto senzala. Macaco fedorento. Tu fede, macaco'. Uma mulher cometeu crime de injúria racial contra um homem dentro de um ônibus municipal, em Praia Grande. A cena ocorreu no último sábado (10) e o vídeo viralizou nas redes sociais. A mulher foi detida pela PM e foi presa.


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O crime ocorreu no fim da manhã de sábado, dentro da linha 11 do transporte municipal de Praia Grande, que vai do Jardim Solemar até o Terminal Tude Bastos.ATribuna.com.br conversou com o homem que foi ofendido pela mulher. Ele, que prefere não se identificar, afirmou que estava no coletivo junto com a esposa, ambos estavam indo ao centro da cidade, pois ela precisava comprar um medicamento.


Segundo relato da vítima, ele notou uma pessoa falando em um tom mais alto dentro do ônibus. Ao perguntar para outros passageiros, ele descobriu que as palavras estavam sendo dirigadas para ele, com ofensas racistas.


Conforme o vídeo, feito por um passageiro, que foi publicado e viralizou nas redes sociais, a mulher, que usava um boné cor de rosa, se direciona ao homem com ofensas raciais.


"Macaco. Como eu detesto senzala. Macaco fedorento. Tu fede, macaco. Tu não presta. Tu é preto da senzala, negreiro. Crioulo. Fedido..".


Conforme contado pelo casal, não houve motivos para as agressões, uma vez que os três sequer tinham trocado alguma palavra quando todos estavam dentro do ônibus.


Mulher que chamou passageiro de 'preto de senzala' e 'macaco' em Praia Grande sofre de esquizofrenia
Mulher que chamou passageiro de 'preto de senzala' e 'macaco' em Praia Grande sofre de esquizofrenia   Foto: Reprodução

Logo após os xingamentos, a esposa do homem, então, se dirigiu até o motorista do ônibus. Ela pediu para que ele parasse o coletivo e se algum dos demais passageiros poderia ligar para a polícia, já que ela e o marido estavam sem celular.


Com o ônibus parado, enquanto equipes da polícia eram aguardados, o casal disse que estava passando mal e queria descer do ônibus, na clara intenção de tentar se evadir do local. No entanto, os demais passageiros impediram que ela fugisse até a chegada da polícia.


A polícia ouviu a mulher, o casal, e alguns dos demais passageiros, que confirmaram o crime por injúria racial. Eles foram até a Delegacia Sede de Praia Grande, onde a ocorrência foi registrada. Ela permaneceu presa de sábado para domingo, mas deve responder pelo crime em liberdade. O casal afirmou que irá abrir uma representação contra a mulher.


Segundo apurado por ATribuna.com.br, a mulher atestou apresentar problemas psiquiátricos, e que é acompanhada por um especialista. A versão foi contestada pelo casal. "Falar tudo o que falou e alegar de ser incapacitada de responder por si? Quem realmente sofre desse problema não pode sair respondendo as pessoas, nem mesmo andando em um ônibus que atravessa praticamente uma cidade inteira", disse a esposa da vítima.


Acusado foi autuado em flagrante por tentativa de homicídio
Acusado foi autuado em flagrante por tentativa de homicídio   Foto: Arquivo/Carlos Nogueira/AT

Calma e frieza


Conforme mostra o vídeo, o homem em nenhum momento dirige a palavra contra a mulher. Ele afirmou ter mantido a calma, frieza e optou por agir com a razão, ao invés da emoção. "Ela xingou minha mulher de vagabunda, pois ela estava usando um shorts um pouco mais curto. Xingou outras passageiros, também. Ofensa aconteceu a todo momento. Mesmo sendo das piores situações possíveis, tentei manter o equilíbrio a todo momento", diz.


O homem fez menção de agradecer aos outros passageiros que demonstraram apoio e ajuda em um momento tão difícil. "Dependendo do que a gente fala sempre é muito complicado. Pensa se dentro daquele ônibus tivesse uma pessoa pior do que essa cidadã, o tratamento que seria comigo e com a minha esposa. Graças a Deus entenderam a situação, viram a injustiça, e um crime. Foi um crime dentro daquele ônibus".


Quando a mulher tentou se evadir do ônibus, ela foi contida pelo casal e por demais passageiros. Segundo a esposa da vítima, em nenhum momento houve uma tentativa de linchamento da mulher.


Esta não foi a primeira vez de que o homem sofreu injúria racial. Segundo relato do casal, ele sofreu outros dois episódios, sendo um deles em que houve uma agressão física, por cunho racial, dentro de um supermercado, e em uma outra oportunidade quando a vítima estava em um outro relacionamento, que não era aceito pelo seu então sogro, que não aceitava a filha namorar 'alguém de outra pele'.


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