Filhote de golfinho ameaçado de extinção é encontrado morto em Praia Grande

Animal da espécie toninha (Pontoporia blainvillei) foi recolhido próximo à divisa com Mongaguá. Ainda não é possível determinar a causa de sua morte

Por: De A Tribuna On-line  -  05/11/19  -  18:57
Toninha tinha 62,6 centímetros de comprimento e pesava 3,5 kg
Toninha tinha 62,6 centímetros de comprimento e pesava 3,5 kg   Foto: Divulgação/ Hamilton Cunha

Um filhote de golfinho ameaçado de extinção foi encontrado morto na manhã desta terça-feira (5), em um trecho da orla de Praia Grande, próximo à divisa com Mongaguá. O morador Hamilton Cunha caminhava pelo local, por volta das 6h50, quando se deparou com o animal na altura no bairro Florida.


“Observando as marcas na areia, me pareceu que ele encalhou ali e se debateu até o fim. O mar estava recuando nestes períodos, e ele deveria estar brincando muito no raso e foi surpreendido. Muito lamentável o ocorrido, fiquei com muita pena dele e da mãe, que deve estar ainda por ali”, informou o empresário.


A equipe do Instituto Biopesca, que executa o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), recolheu o animal por volta das 8h30. O filhote era um macho da espécie toninha (Pontoporia blainvillei). Tinha 62,6 centímetros de comprimento e pesava 3,5 kg. Ainda não foi possível determinar a causa da sua morte.


Espécie


Segundo o Instituto Biopesca, a toninha é o golfinho mais ameaçado de extinção no Brasil. Ela poderá desaparecer da natureza em até 35 anos. Devido ao seu hábito costeiro, está fortemente ameaçada por diversas atividades humanas, como a degradação dos ambientes costeiros, a presença de lixo nos oceanos e a interação com a atividade pesqueira. Ao ficarem presas, morrem sem ar, já que não conseguem ir à superfície para respirar. 


Números


Desde quando começou a executar o PMP-BS, em 2015, o Instituto Biopesca já recolheu 353 toninhas sem vida em praias de Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe, monitoradas diariamente pela instituição. Nesses quatros anos, registrou o achado de apenas uma toninha ainda viva e encalhada na faixa de areia, em abril de 2018. Ela recebeu cuidados ainda na praia e foi devolvida ao mar em seguida. Como é muito sensível, raramente essa espécie sobrevive em cativeiro. 


Para acionar o serviço de resgate de golfinhos, tartarugas e aves marinhas, vivas, debilitadas ou mortas, basta entrar em contato pelos telefones do Instituto Biopesca 0800-6423341 (horário comercial) ou (13) 99601-2570 (WhatsApp e chamada a cobrar).


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